segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

HIGIENE URBANA APENAS COM SERVIÇOS MÍNIMOS



Em protesto contra a privatização dos serviços de higiene urbana da Câmara de Lisboa, 90% dos seus funcionários aderiram a uma greve que deverá decorrer ao longo de quatro dias e afectará diversas actividades municipais daquele sector, com especial incidência na recolha dos resíduos sólidos urbanos.

O protesto prolonga-se até quinta-feira e tem como objectivo, para além de contestar a privatização dos serviços de desmatação, recolha de lixo e limpeza das ruas em algumas zonas da cidade, reclamar a contratação de 200 cantoneiros e a aquisição ou reparação de meios materiais e equipamentos, nomeadamente os mais elementares de higiene e segurança no trabalho.

O dirigente sindical Joaquim Jorge (STML) disse à Lusa que, devido à paralisação, que começou às 06h00 de hoje, só saíram quatro das 65 viaturas que aquela hora iniciam os trabalhos de remoção do lixo.

A proposta de concessão da desmatação a privados foi à reunião de Câmara da última Quarta-feira, subscrita pelo vereador que assumiu recentemente o pelouro da Higiene Urbana, José Sá Fernandes, mas a sua votação foi adiada. Esta proposta, tal como as de privatização da limpeza na Baixa-Chiado e Olivais foram preparadas pelo gabinete do vereador Marcos Perestrello e aguardam agora ida a reunião de Câmara pela mão do vereador Sá Fernandes.

Em comunicado divulgado no passado Domingo, a Câmara de Lisboa alertou para os efeitos da paralisação e recomendou aos munícipes que "acondicionem devidamente os seus resíduos domésticos e evitem colocá-los à remoção".

Entretanto, na passada semana a assembleia concelhia do BE tomou uma medida de transparência e higiene política e aprovou o fim do entendimento com o vereador eleito nas suas listas, considerando que o Bloco não se sente representado no Executivo municipal pela actual prática política de Sá Fernandes.

O acordo subscrito por António Costa e Sá Fernandes, no início do mandato, referia explicitamente a "eliminação da contratação de serviços externos supérfluos ou que possam ser directamente assegurados pelos serviços camarários".

2 comentários:

Anónimo disse...

Apenas dois dos 91 circuitos de recolha de lixo vão realizar-se esta noite em Lisboa, segundo fonte sindical, que aponta uma adesão superior a 95 por cento à greve na limpeza urbana, que decorre até quinta-feira, noticia a Lusa.

Dos 119 funcionários que deveriam ter entrado ao serviço no turno da noite, que começou às 22h30, apenas cinco compareceram ao trabalho, correspondendo a «serviços mínimos», disse à agência Lusa Joaquim Jorge, do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML).

O dirigente sindical refere que a adesão dos funcionários à paralisação convocada até à próxima quinta-feira era, no período da noite, em que trabalham mais pessoas, «superior a 95 por cento».

Já esta segunda-feira de manhã a adesão situou-se nos 90 por cento, de acordo com o sindicato, números diferentes dos apontados a meio da tarde pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), António Costa: 55,6 por cento.

Greve «extemporânea»

Em declarações aos jornalistas, Costa reiterou que a greve dos trabalhadores da higiene urbana do município é «extemporânea» porque, segundo garantiu, não está em causa a privatização dos serviços.

O protesto destes trabalhadores municipais visa contestar a alegada intenção de privatizar os serviços de recolha de lixo e limpeza das ruas em algumas zonas, e ainda reclamar a contratação de 200 cantoneiros e a aquisição ou reparação de meios materiais e equipamentos.

«O serviço público de limpeza deve manter-se na CML», defendeu António Costa esta tarde.

O presidente da Câmara de Lisboa assegurou que apenas foi encomendado um estudo sobre a viabilidade de, durante um determinado período de tempo, se adjudicar a limpeza e varredura das ruas da cidade a uma entidade externa, sem abranger a recolha de lixo.

«Não vejo como se justifica esta greve que vai deixar a cidade sem recolha de lixo praticamente durante 5 dias», disse, lembrando que a greve se segue a um dia de descanso (domingo).

Em declarações à Lusa, Joaquim Jorge disse que o sindicato «está sempre disponível para reunir-se com o presidente da Câmara de Lisboa», afirmando aguardar um aviso nesse sentido de António Costa.

A greve abrange entre 2.000 a 2.500 trabalhadores do Departamento de Higiene Urbana e Resíduos Sólidos da Câmara Municipal de Lisboa, incluindo cantoneiros, motoristas e pessoal administrativo e técnico.

Anónimo disse...

Gostei da medida de transparência e higiene política LOL