segunda-feira, 31 de março de 2008

Corredor Verde avança após 30 anos

Foto: Jornal de Notícias
Sábado de manhã, 10H, um grupo de mais de 50 pessoas, sócios do Centro Nacional de Cultura, acompanhou o Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles e o Vereador José Sá Fernandes, no percurso pelo Corredor Verde entre o Alto do Parque Eduardo VII e Monsanto, e ficou a saber que, 30 anos depois, este projecto será mesmo concretizado. Também estive lá: foi agradavel perceber como se poderá ligar a cidade a Mosanto, o pulmão verde da cidade, e o que é necessário concretizar até 2009, muito do qual ja está a avançar, desde Setembro de 2008.
Entre o Parque Eduardo VII e o Parque Florestal de Monsanto, em Lisboa, existem 6,5 quilómetros de espaços verdes, que até ao Verão do próximo ano vão ficar ligados entre si.
A garantia que o Corredor Verde da cidade vai finalmente avançar foi dada ontem por José Sá Fernandes, vereador responsável pelos Espaços Verdes da Câmara de Lisboa, que pretende assim concretizar um das suas promessas eleitorais.
O autarca promete assim realizar um sonho antigo do arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles, que há cerca de 30 anos idealizou aquele percurso pedonal, sem que até hoje o tenha visto acontecer.Ao todo, o projecto - que inclui nivelamentos de piso, construção de uma ponte, entre vários outros trabalhos - custará 500 mil euros, mas a maior parte da verba será assegurada por financiamentos exteriores e também por dinheiro do Casino de Lisboa, explicou Sá Fernandes, que acedeu ao convite do Centro Nacional de Cultura e foi o cicerone durante um passeio pedonal pelos 6,5 quilómetros do futuro Corredor Verde.
As novidades começam logo entre o Parque Eduardo VII e o Jardim Amália Rodrigues, onde haverá nivelamento de piso e uma passagem para peões. Também para chegar à parte de trás do Palácio da Justiça será feita uma passagem para peões.
Para a zona da Avenida Gulbenkian está prevista uma ponte de ligação pedonal até perto das instalações da Polícia Municipal (PM). Sá Fernandes espera conseguir lançar o concurso de adjudicação no final do mês de Maio e acredita que em Novembro será possível arrancar com a construção. A conclusão está prevista para o Verão de 2009, assim como os restantes trabalhos.
Duas cafetarias vão ser construídas ao longo do percurso uma perto da PM e outra junto à quinta municipal José Pinto, perto do Bairro da Liberdade, em Campolide. A quinta também será recuperada e para chegar a Monsanto será aproveitada a passagem pedonal já existente.
Na entrada do Parque Florestal, haverá uma recepção: uma construção municipal que vai ser recuperada. O actual parque de estacionamento vai ser melhorado, assim como o caminho que leva para ao interior do parque.
No final da longa caminhada, Sá Fernandes anunciou que está estudo um sistema que permita o aluguer de bicicletas e carrinhos eléctricos num ponto do percurso e posterior devolução noutra zona, depois de utilizados.

sexta-feira, 28 de março de 2008

O senhor Frente Ribeirinha


O Sol on-line refere que, em conferência de imprensa, José Miguel Júdice acaba de se proclamar o senhor Frente Ribeirinha de Lisboa, com o beneplácito anunciado de Sócrates e de Costa.

A notícia diz que José Miguel Júdice esperou um ano depois de ter sido convidado pelo primeiro-ministro para liderar a requalificação da frente ribeirinha de Lisboa e, um ano depois, fartou-se de esperar e confrontou Sócrates com a vontade de sair. Perante isto, Sócrates prometeu-lhe que a 15 de Abril ele, Júdice, tomaria conta da sociedade que irá tratar da requalificação urbana das zonas entre Santa Apolónia e o Cais do Sodré e a de Belém-Ajuda, ficando sem se saber o que acontecerá para a zona de Pedrouços.


Ou seja, perante a falta de certezas sobre a sua nomeação, Júdice encosta Sócrates às cordas e desafia-o: ou agora ou nunca.

De forma incrível, o dono da maior sociedade de advogados de Lisboa que tem como clientes os maiores empreiteiros da construção civil, não se fica pelo desafio ao primeiro-ministro e encosta Cavaco Silva à parede, afirmando que a não promulgação pelo PR do diploma que permitiria a passagem dos terrenos não portuários da Administração do Porto de Lisboa (APL) para a Câmara «é irrelevante» e garante: «O Sr. Presidente da República não vai pôr entraves [à conclusão do projecto] e se os puser eu deixarei a sociedade». Inacreditável!

Todos percebemos que Sócrates quer contar com Júdice para as próximas legislativas, como forma de ir "ás compras" para os lados da direita. O que se torna lamentável é que Lisboa e a frente ribeirinha fiquem sujeitas a estes jogos de mero interesse partidário. Resta saber quais são os reais interesses de Júdice nesta operação...

Fica-nos uma consolação: o nome de Júdice terá ainda de ser aprovado pela vereação da Câmara de Lisboa, condição que o próprio considera «indispensável». Pois bem, vamos lá ver quem é que está disposto a viabilizar esta operação pró-maioria absoluta do PS nas legislativas.


Pedro Soares

quinta-feira, 27 de março de 2008

Os precários nas autarquias


A moda de contratar a "recibo verde" trabalhadores para as autarquias tornou-se numa verdadeira praga no país. De norte a sul, há milhares de avençados que trabalham de forma subordinada e permanente para as câmaras - estão sujeitos à disciplina e à direcção das respectivas autarquias, bem como a um horário de trabalho - não tendo, porém, quaisquer direitos laborais, nem sequer o mais elementar direito a férias, não podem pensar em carreira profissional e, muito menos, em estabilidade profissional e pessoal. É a injustiça laboral levada ao extremo, com o inqualificável agravante de ser uma ilegalidade praticada por entidades públicas.

A Associação Nacional de Municípios Portugueses não tem disponível qualquer informação sobre este problema, mas era bom que tivesse porque se trata de uma ilegalidade a que muitos dos seus associados recorrem e que devia ser energicamente combatida e enfrentada.

Ora, esta situação tornou-se ainda mais angustiante com a recente publicação da Lei 12-A/2008 sobre o regime laboral dos trabalhadores que exercem funções públicas. O artigo 36 determina que aqueles contratos de avença não poderão ser renovados e que, na maior parte dos casos, serão considerados nulos. Assim mesmo, pura e simplesmente nulos. Sem possibilidade de renovação da avença, no dia seguinte, esses trabalhadores estarão no desemprego, depois de anos a prestarem serviço público em condições de total precariedade. Em vez de prescrever um remédio para a doença, o Governo acabou por matar o próprio doente com aquela lei.

Na Câmara Municipal de Lisboa a situação está identificada, envolve cerca de 900 trabalhadores e é dramática. Muitos destes avençados desempenham funções essenciais ao funcionamento dos serviços. O relatório da sindicância aos serviços de urbanismo, elaborado pela procuradora da República Helena Matos, confirma que, só na área do urbanismo, há 109 avençados que correspondem a um terço da totalidade dos trabalhadores desses serviços.

Se a integração no quadro dos trabalhadores a "recibo verde" que configurem contratos de trabalho já era uma exigência, passou agora a ser uma urgência. A solução jurídica para a passagem dos avençados ao quadro da Câmara está elaborada, a partir de um parecer do Professor Jorge Leite (Universidade de Coimbra), e baseia-se num processo de negociação arbitral.

Os sindicatos já estão na posse destas propostas desde 22 de Janeiro, com a declaração da autarquia lisboeta sobre a sua intenção de integrar os avençados no quadro. Não é admissível esperar mais tempo para que Câmara e sindicatos cumpram este acto de elementar justiça - a integração de centenas de (falsos) avençados no quadro da edilidade. As próximas semanas serão decisivas.

Texto de Pedro Soares que escreve no JN, quinzenalmente, à quinta-feira psoares@be.parlamento.pt

quarta-feira, 26 de março de 2008

REN: Apresentação da petição contra entrega de gestão às autarquias

Um grupo de personalidades ligadas a questões ambientais e ecológicas apresentou hoje, em Lisboa, uma petição dirigida ao Presidente da República, onde defendem "que seja rejeitada a municipalização da Reserva Ecológica Nacional" (REN), noticia a Lusa.
O vereador da câmara de Lisboa, José Sá Fernandes, um dos signatários da petição, disse à agência Lusa que "espera que o novo decreto de lei não seja publicado", por considerar que a "Reserva Ecológica Nacional não pode ser administrada ao nível concelhio", uma vez que não devem ser as autarquias "a definir o que é de interesse nacional".
O arquitecto Ribeiro Telles, outro dos signatários, defende que a "sustentabilidade do território é uma causa nacional", já que "a degradação do território começa pelas câmaras", dando como exemplo a permissão das autarquias quando deparadas com "a venda de pedra para a vizinha Espanha".
Ribeiro Telles alerta ainda para o "grave problema da destruição dos socalcos agrícolas", que aumenta a erosão e a sustentabilidade de frágeis ecossistemas. "O trabalho de gerações está posto em causa", avisa.
O editor musical David Ferreira, na qualidade de cidadão, juntou-se a esta petição por considerar que estão em causa "práticas de curto prazo e especulação de actividades económicas" e a crise internacional não se coaduna com a proposta de lei governamental.
O dirigente da organização ambientalista Quercus, Francisco Ferreira, defende, por seu lado, que "existe um desleixo pelas autarquias em relação à Reserva Ecológica Nacional", e que diariamente "pequenas fatias são retiradas para outros fins".
Já a professora universitária, Manuela Magalhães, argumenta que "a lei deve ser feita para corrigir erros", e que com a passagem da responsabilidade da reserva para as autarquias "a REN não será bem gerida".
Este movimento de cidadãos pretende "travar a municipalização da REN", apontando como um mau exemplo de gestão da reserva ecológica as recentes inundações na área da Grande Lisboa, que originaram "perdas humanas e enormes prejuízos materiais".
Os signatários da petição, apelam à "salvaguarda da paisagem natural do país e para a limitação da construção em áreas do território de relevância ecológica".
A petição, que vai ser entregue a Cavaco Silva, visa reforçar a REN como "um instrumento fundamental no Ordenamento do Território, pelo seu papel na regulação do uso de áreas de elevada sensibilidade do ponto de vista ambiental, fundamentais para o equilíbrio do território e para a segurança de pessoas e bens".
Assine a petição em:
http://www.PetitionOnline.com/ren2008/petition.thml

segunda-feira, 24 de março de 2008

quarta-feira, 19 de março de 2008

PARECER DO PROF. JORGE LEITE SOBRE INTEGRAÇÃO DOS AVENÇADOS DA CML


O "Rede Local", boletim autárquico do Bloco de Esquerda, acabou de publicar integralmente o parecer do Prof. Jorge Leite que indica o caminho jurídico para a integração dos trabalhadores a "recibo verde" na Câmara de Lisboa.

Quem estiver interessado poderá consultar aquele parecer na página 18 da referida publicação. Basta clicar aqui.

segunda-feira, 17 de março de 2008

O Veto dos interesses



No seguimento do veto do Presidente da República, vários comentadores começaram a conjecturar se o veto não se deveu ao facto de ser uma "Lei especifica para Lisboa" (na verdade um Decreto-Lei), quando a Lei deve ser sempre generalista e portanto devia ser para todos os portos de todos os concelhos.

Nada mais errado. É escusado proteger o Presidente da República ou esconder o facto que este foi um veto politico que nada tem a ver com dúvidas constitucionais.

A Lei deve ser generalista, a não ser as Leis referentes a questões concretas. O Decreto-Lei que criou o Casino de Lisboa não foi uma Lei que servisse de modelo à criação de qualquer casino. O Decreto-Lei que criou a EPUL não foi uma lei que servisse para criar empresas de urbanização em qualquer concelho. Não tratemos por igual o que não tem nada a ver.

Outro comentador dizia ainda que esta tinha sido uma tentativa do Governo em favorecer a CML, dando-lhe acesso a uma fonte de receita extra.

Erro outra vez. ...Apesar de não vir mal nenhum ao mundo se assim fosse...

Ao passar zonas portuárias para o município, a câmara fica com as zonas mas também com os encargos de manutenção e requalificação dessas zonas, que antes não tinha.

Se a câmara fosse vender os terrenos para a construção de casas à beira rio, poderia fazer, sem dúvida, bastante dinheiro com isso. Mas os projectos camarários são diferentes, como é sabido: zonas de recreio, ciclovias, eléctrico rápido…

Para mim, o veto de Cavaco Silva foi uma medida de uma direita que está angustiada. Angustiada com o facto de, mesmo no meio de uma brutal crise financeira (criada pela direita, já agora), o Estado, através da autarquia de Lisboa, não querer fazer dinheiro fácil e imediato, entregando a zona ribeirinha a promotores privados, que por sua vez iriam fazer o negócio da sua vida.

Os interesses que Cavaco Silva representa sabem bem que a partir do momento em que a Câmara devolva estas partes da zona ribeirinha ao quotidiano das pessoas, passará a ser praticamente impossível voltar atrás e privatizar essas áreas.
[Bernardino Aranda]

sábado, 15 de março de 2008

BE espera solução rápida para o impasse criado na frente ribeirinha

O BE espera que seja encontrada em breve uma solução para a gestão dos terrenos da zona ribeirinha de Lisboa, noticiou a TSF às 14 horas. Numa reacção ao veto do presidente da República ao diploma do Governo, os bloquistas lembram que a matéria foi votada por consenso na Câmara Municipal de Lisboa.

Pedro Soares diz que o BE está curioso em saber as fundamentações do chefe de Estado, Cavaco Silva, para este veto. «Não conhecemos ainda as alegações do senhor presidente da República, para além do que lemos nos jornais, de qualquer modo é incompreensível uma situação que se tem vindo a arrastar há décadas não ter uma solução efectiva», disse. O bloquista lembra ainda que a transferência dos terrenos administrados pelo Porto de Lisboa para a tutela da autarquia lisboeta «obteve a unanimidade de todas as forças políticas representadas na Câmara» e considera que se fôr votada no Parlamento só se irá reforçar a ideia de consenso.

Cavaco veta diploma que prevê transferência da Frente Ribeirinha para autarquia


Segundo a TSF on-line, o presidente da República decidiu, sem uma justificação oficial conhecida, não promulgar o decreto que transferia para a tutela municipal as áreas da Frente Ribeirinha não afectas a usos portuários, tendo devolvido o diploma ao Governo sem qualquer mensagem suplementar.

O constitucionalista Tiago Duarte, também citado pela TSF, refere que «a Constituição diz que quando o presidente veta um diploma do Governo deve comunicar por escrito o sentido do veto», afiança aquele professor de Direito Constitucional da Universidade Nova de Lisboa.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Chave de Ouro da cidade para Barroso - Revoltante.


Take da Lusa: «O executivo municipal aprovou hoje a atribuição da chave de ouro da cidade ao presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, que teve a oposição do PCP. O vice-presidente da autarquia, Marcos Perestrello, justificou a distinção com o contributo de Durão Barroso para que o novo tratado europeu fosse assinado em Lisboa, ligando "o nome da cidade às instituições europeias".»

Acho lamentável que uma câmara maioritáriamente de esquerda tenha atribuido tal distinção a Barroso.

Em primeiro lugar, porque o argumento do vice-presidente é falso; mesmo que fosse importante o Tratado ter o nome de Lisboa, o facto é que isso nada tem a ver com Barroso, mas sim com o simples facto de Portugal estar na presidência da UE naquele momento. Ok, a assinatura podia ter sido no Porto ou na Guarda, mas teria sido sempre numa cidade portuguesa. E quem decidia era sempre a presidência portuguesa.

Em segundo lugar, porque Durão Barroso é internacionalmente reconhecido por estar ligado a um momento essencial da mentira montada para justificar a invasão e o massacre do Iraque - a cimeira dos Açores, e porque ele próprio mentiu aos portugueses. Na véspera da cimeira, afirmava com toda a hipocrisia que " a cimeira dos Açores é o último esforço na procura de uma solução pacífica para o Iraque". Afinal, era a declaração de guerra...

Se tivesse estado na reunião de câmara teria votado contra, sem qualquer hesitação.

É justo que se esclareça que o vereador eleito pelo BE não estava na reunião na altura desta votação.

Pedro Soares

Marina Ferreira chumbada para presidente da EMEL

Na reunião de câmara que ainda decorre, a proposta de Marina Ferreira para presidente da EMEL, empresa municipal que gere o estacionamento à superfície na cidade, foi chumbada com 8 votos contra, 7 a favor e duas abstenções.

A indicação de voto do Bloco é contrária à nomeação de novos conselhos de administração para as empresas municipais enquanto não se proceder à reestruturação de todo o universo empresarial municipal.



Ver notícia no "Público" on-line.

Marcos Perestrello à revista FOCUS

«Focus - Francisco Louçã disse que o Bloco naõ se coligaria com o PS nas eleições em Lisboa. Isso causa perturbação no trabalho com o BE?


M.P. - Não causa perturbação alguma. O acordo que firmámos é bom e resulta em melhores condições de governabilidade. No final avaliaremos. O PS tem todas as condições para concorrer à câmara. Não precisa do Bloco.»


Óptimo! Tudo esclarecido para as próxima autárquicas. O BE não quer o PS e o PS também dispensa o BE.

Agora só há que cumprir os compromissos políticos: Plano Verde, 25% de habitação a custos controlados, frente ribeirinha sem urbanizações, reestruturação das empresas municipais para acabar com o regabofe, saneamento financeiro, integração dos "recibos verdes", etc.

PS e PSD a cair, BE a subir

Uma sondagem Aximage/CM divulgada hoje revela que o terceiro aniversário do Governo fica marcado pela queda do PS nas intenções de voto e pela pior nota de sempre atribuída pelos portugueses a José Sócrates: 7,4, numa escala de 0 a 20.
O PS caiu este mês nas intenções de voto ao passar de 35,8 para 33,8%, e o PSD também não conseguiu travar a queda e passou de 30 para 28,4%.
As únicas subidas foram as da CDU (9,2%) e do BE (8,5%). O CDS caiu para os 4,5%.
Quanto aos líderes partidários, numa escala de 0 a 20, o primeiro-ministro e líder socialista ocupa o último lugar da tabela com 7,4, enquanto Menezes obteve 8,7 e Paulo Portas 8,5.
Só Francisco Louçã (11,6) e Jerónimo de Sousa (10,9) tiveram notas positivas.
[CO]

segunda-feira, 10 de março de 2008

As eólicas do "Wind Parade"

Em relação à notícia publicada no Expresso, no passado sábado, sobre o projecto "Wind Parade", sobre o qual o Vereador José Sá Fernandes está a elaborar uma proposta para ser apresentada na CML, importa esclarecer alguns aspectos.
É um facto que a CML deseja promover as energias alternativas, tendo para tal, vindo a desenvolver projectos, em parceria com a Agência de Energia e Ambiente, Lisboa E-Nova, tal como foi dado a conhecer recentemente, com a apresentação do Plano de Actividades da agência para 2008.
O eventual apoio da CML ao projecto "Wind Parade", assume-se, no âmbito desta estratégia, sobretudo como uma forma de sensibilização para a questão da microgeração.
Prevê-se que a iniciativa "Wind Parade Lisboa" tenha lugar entre 1 de Junho e 31 de Dezembro de 2008, através de um protocolo a aprovar pela CML e no qual estão envolvidas duas entidades privadas, parceiras do projecto.
A ideia é que a CML se associe a esta iniciativa da seguinte forma: disponibilizando uma lista de locais onde serão instaladas micro-turbinas eólicas, que poderão ser entre 15 e 25 turbinas, sendo os locais escolhidos para a colocação, avaliados e aferidos pelos respectivos serviços da CML, responsáveis pelo Espaço Público. As turbinas são instaladas e desinstaladas no final do evento, pagando os privados todas as taxas devidas à CML.
A CML dedicará o dia 15 de Junho (Domingo) ao vento, reservando o Terreiro do Paço e a sua agenda a esta temática, realizando uma série de actividades neste dia alusivas à questão da energias eólicas.
A questão da localização das turbinas será devidamente acautelada pelos serviços, tendo em conta que os locais a escolher deverão ser locais movimentados, a cotas altas da cidade ou na zona ribeirinha para garantir vento, longe de habitações, visíveis, se possível associados a vias de comunicação, garantindo ausência de prejuízos para a vida quotidiana dos cidadãos, permitindo ligações à rede eléctrica para que durante o evento a CML use e energia produzida.
Os parceiros privados envolvidos terão ainda que repor a situação anterior à montagem e desmontagem da turbina.
A questão do ruído será também contornada, uma vez que as turbinas serão colocadas em locais, onde, pela sua envolvente, existe ruído exterior superior ao provocado pelo próprio movimento destas.
Quanto à dimensão das turbinas é falso que estas tenham a altura de quatro andares. Na verdade cada uma terá a altura equivalente a um candeeiro de iluminação pública.
[CO]

quinta-feira, 6 de março de 2008

Há uma outra "Europa do Sul"

O jornal "A Bola" refere, hoje, a entrada de Benfica e Sporting nos oitavos-de-final da Taça UEFA, depois de ontem o F.C. Porto ter sido eliminado da LIga dos Campeões pelo Schalke. «A Europa do Sul» foi o título escolhido pelo diário, que acrescenta: «Esperanças portuguesas depositadas nos grandes de Lisboa».

É claro que, como lisboetas, a caminhada do SLB e do SCP na UEFA nos enche de contentamento futebolístico e só podemos desejar os maiores êxitos a ambos nos jogos para os quartos-de-final.

No entanto, a referência de "A Bola" suscita-nos a reflexão de que Lisboa não é apenas a "Europa do sul"das vitórias ou da região mais rica do país, onde se gera 36% do PIB nacional e o PIB per capita é o mais elevado.

Conforme refere o recentemente divulgado Relatório do Observatório de Luta Contra a Pobreza na Cidade de Lisboa, Lisboa é uma cidade de contrastes muito vincados, com preocupantes indicadores de pobreza, analfabetismo, abandono escolar, desemprego, falta de condições de habitação e de vida em geral que afectam milhares de famílias. E este é o outro lado da "Europa do sul" que precisa de continuar a mobilizar toda a nossa atençaõ.

[P]


domingo, 2 de março de 2008

Bloco de Esquerda não fará coligações com PS nas autárquicas

O Público on-line refere-se hoje à entrevista de Louçã á TSF, mas titula a notícia de forma errónea. De facto o Bloco não participou em qualquer coligação com o PS, razão pela qual nunca poderá "repeti-la" em 2009.

O Bloco de Esquerda está indisponível para fazer coligações com o PS nas autárquicas, nomeadamente em Lisboa, disse o líder do partido, Francisco Louçã. O Público cita: "A pergunta é concreta e a resposta é concreta: não! Não será. Nós não faremos coligação com o PS nas autárquicas em 2009", disse o fundador do Bloco de Esquerda (BE), entrevistado pelo Diário de Notícias e rádio TSF."Por uma razão muito evidente, é porque os nossos projectos políticos, nas legislativas, nas autárquicas e, enfim, na condução da política do país, estão em confronto", acrescentou.

O líder bloquista explicou que em 2007 o vereador do BE em Lisboa, Sá Fernandes, fez um acordo com os socialistas sobre seis pontos concretos, incluindo sobre o já aprovado Plano Verde, porque houve "uma condição única e irrepetível, que era a da desagregação da política da câmara, em que era preciso salvar a câmara municipal com medidas de emergência imediatas". "Uma câmara municipal não trata da política do emprego, da política da qualificação, das reformas, das grandes opções governamentais e nessas é onde se consolida toda a nossa divergência com o PS", afirmou.

Sondagem U. Católica: PS e PSD em queda, Bloco duplica intenção de voto

A sondagem da Universidade Católica para a RTP/JN/Antena 1 dá ao PS o pior resultado dos últimos 12 meses, afastando-se da maioria absoluta. Na oposição, apenas o Bloco mostra tendência de crescimento, passando para os 8%, duplicando a intenção de voto registada em Outubro.

Quanto às figuras políticas com nota positiva em Fevereiro, só há duas: Cavaco e Louçã. O número de indecisos sobe bastante (14% para 21%) deste Outubro, e se lhe somarmos os que respondem que não votariam se as eleições fossem hoje e os que não responderam à sondagem, verificamos que metade do universo prefere não se pronunciar. O PS obtém 39%, o valor mais baixo desde Janeiro do ano passado. E a sondagem regista um facto inédito: em 1247 respostas obtidas pelo centro de sondagens, nem sequer uma avaliou o desempenho do governo como "muito bom". Dois terços dos inquiridos preferem o "mau" e o "muito mau" para classificar o governo Sócrates.

Mas quando a pergunta é sobre a alternativa ao governo, as fragilidades de Luís Filipe Menezes ficam evidentes. O PSD não consegue capitalizar o descontentamento e desce 3% desde Outubro, passando para os 32%. O líder do partido segue o mesmo caminho, caindo do segundo para o quarto lugar no ranking de popularidade dos líderes políticos.

O PCP manteve os 9% da sondagem anterior, e o CDS viu reduzir a intenção de voto a metade nos últimos meses (3%).

Belém!


A sua situação geográfica na cidade de Lisboa e a monumentalidade que encerra, fazem dela um ponto forte de grande interesse turístico. Mas também a qualidade da área residencial de eleição que comporta e porque está sentada na primeira linha da zona ribeirinha, faz dela a mais apetecida freguesia de Lisboa.

De palacetes centenários (históricos), a parques de estacionamento estratégicos, a ordenamentos locais estabelecidos, nada foge à gula de quem, com informação privilegiada, se adianta nesses locais catalisadores de estruturas de forte pendor económico.

A zona da Doca Pesca, em Pedrouços, como espaço a requalificar e o projecto "Centro de Investigação da Fundação Champalimaud" a instalar são o mel que atrai todos estes gulosos. É bom para a freguesia, quer para o seu desenvolvimento económico quer para a requalificação daquele espaço, quer ainda se se viesse a constituir como um pólo de trabalho para as gentes de Belém. O que não é bom são as cedências e a falta de controlo sobre as apetências selváticas dos nababos do betão, que só vêem em cada metro quadrado de espaço livre de construção num espaço a betonar, como, aliás, já o vêm fazendo em regime de roda livre, como atrás foi dito.

Toda esta panóplia de "facilitismos" tem uma origem que importa relevar para que sob capa da ingenuidade não se encubra a verdadeira razão que a originou - Dinheiro, ou melhor, a falta dele - Arranjar verbas para tapar o buraco financeiro da CML que as ruinosas administrações Santana /Carmona vieram, com o buraco do Marquês, acrescentar mais buraco ao buraco.

Eduardo Lopes

sábado, 1 de março de 2008

FERNADO NEGRÃO DE NOVO ARGUIDO

Segundo o Sol on-line, Fernando Negrão vai ser ouvido como arguido num crime de violação do segredo de Justiça. O pedido judicial de levantamento da imunidade parlamentar já deu entrada na Assembleia da República. Negrão para além de ser vereador na CML é também deputado.

Sá Fernandes exige esclarecimentos sobre obra ilegal junto à Embaixada da China

O vereador Sá Fernandes constatou que no logradouro do edifício da Embaixada da China, Rua de São Caetano, nº 2, junto ao Hotel da Lapa, está a ser construído, nos jardins do imóvel, uma obra aparentemente ilegal.

Não sendo visível junto a esta construção qualquer licença e confirmando-se a ilegalidade da mesma, o vereador defende que se deve intervir junto da Embaixada e das entidades competentes para que a obra seja embargada.

Entretanto, o vereador enviou uma carta ao IPPAR para que informe sobre a existência de algum parecer emitido sobre esta obra, aguardando-se os devidos esclarecimentos.
Veja aqui notícia do JN.