sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Acordo com Sporting vai a reunião de Câmara

Na próxima 4ª feira, o acordo entre a CML e o Sporting, relativo aos terrenos do antigo estádio de Alvalade, será proposto em reunião de Câmara.

Porque razão é que este acordo não foi possível no mandato anterior (Carmona)?


Porque razão é que Carmona Rodrigues e alguns dirigentes do Sporting quiseram atirar o odioso da questão para cima de Sá Fernandes, em plena campanha eleitoral?

Esperemos, agora, que reconheçam publicamente que Sá Fernandes fez parte da solução e nunca prejudicou o SCP.

Quem prejudicou realmente o SCP foi quem nada fez para que se chegasse a um acordo e utilizou este facto para retirar dividendos políticos. Estão a ver que foi?

[P]


quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Acordo à vista?

"O assunto está a ser tratado, foi falado com a Câmara e esperamos ter uma solução a muito curto prazo". Estas declarações de Soares Franco sairam no jornal "A Bola" de ontem e referem-se ao problema da urbanização do SCP nos terrenos do antigo estádio de Alvalade que foram alvo de controvérsia na fase final do mandato de Carmona Rodrigues.

Sá Fernandes tinha pedido a Carmona esclarecimentos sobre a compatibilidade do projecto com o PDM em vigor, nomeadamente quanto à possibilidade ou não de construção numa área de 29 mil m2 que, no entendimento que passou a ser de vários vereadores, devia ser de cedência para área verde.

A Câmara acabou por mandatar Carmona Rodrigues para procurar uma solução consensual com o Sporting. Chegaram a reunir, mas Carmona veio para a reunião de Câmara sem qualquer proposta de acordo. Segundo a imprensa, nem falou do assunto ao presidente da SAD leonina.

Em vez de se procurar o esclarecimento e uma solução para a legítima dúvida suscitada, foi desencadeada uma lamentável e injusta campanha contra Sá Fernandes e o Bloco, tentando responsabilizá-los pela não aprovação do projecto.

Afinal, segundo as declarações do próprio Soares Franco, teria sido possível chegar a um acordo para resolver a situação. Teria bastado que o ex-presidente Carmona tivesse feito alguma coisa para isso. E não o fez.

Fica agora evidente que Carmona Rodrigues tem culpas fundamentais no cartório e acaba por ser o verdadeiro responsável por este imbróglio. Não quis resolver o problema porque queria tirar dividendo políticos do natural descontentamento de muitos sportinguistas e virá-lo contra a única oposição credível na Câmara de então. Com a habitual postura de sonso, Carmona prejudicou gravemente o Sporting por interesse político próprio.

Agora que estamos a ver o filme todo é preciso que os sportinguistas também sejam esclarecidos... e que o anunciado acordo acautele com isenção os interesses da cidade. Vamos aguardar pelo texto da proposta de acordo entre a CML e o SCP que deverá vir a uma próxima reunião de Câmara.

[P]

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Terreiro do Paço sem carros

No passado Domingo vedou-se pela primeira vez o trânsito no Terreiro do Paço, numa iniciativa que se vai prolongar durante os próximos domingos, nos próximos meses.

Às 15 horas, o transito que vinha do cais do sodré estava bastante congestionado e – estando o Vereador José Sá Fernandes a passear pela zona – um automobilista irritado gritou-lhe: “O Sr. é maluco! Então corta-me o trânsito num sítio destes?!”

Os condicionamentos à circulação automóvel são uma medida corajosa porque se pode tornar impopular, mas creio que não há alternativas para resolver o gravíssimo problema de trânsito na cidade, nomeadamente na Baixa, considerada uma das zonas com o ar mais poluído da cidade.


É necessário que os automobilistas procurem caminhos alternativos ao atravessamento do centro da cidade e deixem o centro e o rio para o desfrute das pessoas. Mas é ainda mais necessário que se provoquem alterações a um certo paradigma cultural: o de utilização, em todas as ocasiões possíveis, do carro particular – em detrimento do transporte colectivo ou da auto-locomoção - e que, ainda por cima, tem de ficar estacionado o mais próximo possível do sítio para onde se quer ir, nem que fique estacionado “á alfacinha”, como diz um amigo meu do Porto.

[BA]

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Para os gozões...

Pegando no comentário que deixaram no post anterior, aproveito para dizer que é elucidativo que na linha da frente dos ataques a José Sá Fernandes estejam os blogs da área do PCP.

Aproveito também para dizer que as propostas do Vereador para o saneamento financeiro estão há muito tempo no (ainda) site da candidatura, tendo sido, um dos trabalhos mais sérios e completos feitos nesta área, na altura da campanha naturalmente.

Sá Fernandes sabe que a solução para a ruptura financeira da Câmara, não está na venda das amêijoas do Tejo. As declarações estão obviamente mal contextualizadas.

No entanto, não tenho dúvidas nenhumas que:

a) Os problemas financeiros da Câmara não se resolvem só olhando para as despesas, mas sim também para o lado das receitas.

b) O aumento das receitas não passa necessariamente ou somente pela subida de taxas e impostos nem por esperar calmamente que a economia se auto-dinamize, alargando a base fiscal municipal.

c) SIM, criatividade e dinamismo são necessários à gestão da cidade.

Dito isto, parece-me muito interessante a informação dada pelo Zé de que há vinhas no concelho de Lisboa e parece-me ainda mais interessante a ideia de se poder vir a fazer um Vinho de qualidade em Lisboa (evidentemente com uma produção reduzida) em colaboração com o ISA.

Vista aérea da tapada da Ajuda

Evidentemente não me choca que esse vinho possa ser comercializado e custa-me a crer que tal novidade não tenha procura no mercado.

Em relação ao Tejo, parece-me importante que o Município, o Estado, tenha interesse em apoiar e dinamizar, as actividades dos pescadores no rio, nomeadamente, não prescindindo de ter um pequeno porto de pesca.


Provavelmente, o facto de se descarregarem directamente no Tejo esgotos sem tratamento, não contribui nada para que os peixes e os bivalves capturados tenham condições ideais para o consumo humano… Mas é também exactamente por isso que colocar esta questão pode ser interessante: Ligar as pessoas ao rio, consciencializa-las para as questões ambientais, lembrar que estão por fazer obras essenciais no que diz respeito ao saneamento e tratamento de esgotos que vão para o Tejo e que esse é um investimento que pode num futuro próxima ter um retorno económico para a cidade.

[BA]

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Ainda a proposta sobre Orçamento Participativo


Sejamos claros: A Câmara Municipal de Lisboa não vai passar ainda a ter um Orçamento Participativo. Se olharmos para proposta aprovada na Câmara, ela é sobretudo uma metodologia de lançar o problema e o risco maior da presente situação é ter lançado a consigna e ela não conseguir dar os primeiros passos.

É, no entanto, extremamente significativo que a capital do país queira ou ambicione evoluir para um sistema com reforço inequívoco da democracia participativa. O reforço da democracia participativa corresponde ao sentido geral do programa “Lisboa é Gente”.

É por outro lado um avanço que inclusive vai ao encontro do programa do PCP, de uma Democracia Avançada no limiar do século XXI e, nesse sentido, é com enorme surpresa que vejo o PCP a votar contra a proposta, ao lado de Carmona Rodrigues.

O PCP coloca-se na posição de dizer que o assunto é confuso, que não é programa que se lance nas actuais condições de mandato encurtado, que não há condições... É preciso perguntar quando é que alguma vez haverá condições ideais para começar a mudar a Cidade, mesmo que seja numa coisa de pequena monta.

[BA]

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Jornalismos

Por vezes os jornalistas (não o jornalismo em si mesmo) desiludem-me mesmo, sobretudo pelo seu facilitismo.

Sei, por experiência própria, que o stress das redacções é por vezes incontrolável, que a vertigem do tempo nos controla e que há chefias que são, na maior parte dos casos, diga-se, inultrapassáveis, mas acima de tudo acho que deve prevalecer o discernimento e a vontade de "contar o que se passou" com o maior realismo e distância possíveis. Ok, ainda continuo a achar isso, desculpem...

Hoje na reunião da CML, José Sá Fernandes fez aprovar uma proposta importante do ponto de vista da participação dos cidadãos no processo do Orçamento da CML, e que pode ajudar muito a incluir aquelas que são as prioridades dos munícipes nas contas da cidade.

Além dos jornais e rádios do costume, que acompanham a actividades da CML, a TVI e a RTP estiveram presentes no breafing após reunião, não tanto pela importância desta, mas mais por ser a primeira com uma "ordem de trabalhos" digna desse nome.

Conclusão: de toda a ordem de trabalhos a TVI realçou como a "vencedora" da reunião a vereadora Helena Roseta, por ter aprovado uma proposta, que não é mais que uma recomendação, já muito batida e rebatida, para que a CML faça com que o Governo contemple nos estudos para o novo aeroporto a opção Portela+1.

António Costa foi dado como o grande "perdedor" da reunião (que durou cerca de 9 horas, diga-se, e pos à prova a paciência do presidente) quando conseguiu aprovar uma importante alteração orçamental que vai contribuir para reduzir as dívidas da CML e assim começar decisivamente a "arrumar a casa" para o futuro.

Sobre a proposta de Sá Fernandes, com quem os jornalistas falaram no breafing, nem uma palavra na peça...

Bastava a alguém ter estado 10 minutos na reunião da CML ou ter lido as três propostas a que me referi - cinco minutos chegavam - para perceber como é que se pode fazer desinformação...

As coisas, também no jornalismo, nem sempre são o que são. Muitas, demasiadas vezes, são apenas o que parecem ser. Aparências são para a ficção, não para quem relata o real.

[CO]

ALERGIA À DEMOCRACIA?





PCP, de mão dada com Carmona, votou contra a proposta de Orçamento Participativo do Vereador José Sá Fernandes.

Com esta rejeição, o PCP revela a sua (eterna) dificuldade em participação democrática que representa qualquer tipo de fuga ao seu controlo. Um pouco à semelhança do que tem ocorrido com o Fórum Social Português.

As palavras revelam-se-me insuficientes para classificar tal atitude... ou será, palavras para quê?

Para aliviar imediatas reacções cutâneas de origem alérgica, fica aqui a sugestão de uma pomada. Já agora, perguntem na farmácia pelo genérico... basta que indiquem a substância activa (Difenidramina).

[AS]

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Proximidade e Participação


O Bloco de Esquerda e o Vereador José Sá Fernandes estiveram na origem de duas importantes propostas que vão amanhã a reunião de Câmara.


Uma, que exige a alteração do regimento, propõe a realização mensal de reuniões públicas de câmara, descentralizadas em diferentes locais da cidade, destinadas exclusivamente às intervensões dos cidadãos.


Outra, sobre o Orçamento Participativo, lança as bases para que se comece a debater de forma um pouco mais participada por todos o orçamento da autarquia.


[BA]

domingo, 19 de agosto de 2007

Despejos em Marvila não são solução


A concelhia de Lisboa do Bloco de Esquerda exigiu que a Câmara "accione desde já mecanismos de acompanhamento e apoio social" às famílias desalojadas a semana passada no Bairro do Condado, em Marvila, e considera que "Expulsar pessoas não é solução". A estrutura bloquista reclama ainda "medidas urgentes para aumentar a capacidade da autarquia no apoio ao acesso à habitação" e reafirma a sua exigência da "inclusão no PDM de uma quota mínima de 25% para habitação a custos controlados".

O verador José Sá Fernandes anunciou que vai pedir explicações sobre os despejos à vereadora da Habitação e Acção Social, Ana Sara Brito.

[BA]

domingo, 12 de agosto de 2007

"A Câmara de Lisboa não pode ser governamentalizada"


A entrevista de Vereador José Sá Fernandes ao DN, que saíu hoje, está disponível on-line.

Ver aqui.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

O texto integral do Acordo sobre políticas para Lisboa

Considerando que:

Os resultados eleitorais traduziram uma clara vontade de mudança na orientação política na CML;

Tal mudança deve motivar um esforço de convergência entre as forças que se afirmaram como alternativa à gestão municipal nos últimos 6 anos;

De momento, não foi possível constituir entre estas forças uma maioria estável que assegure a gestão do Município no presente mandato;

Não obstante, é possível, desde já, entre os eleitos do PS e do BE estabelecer um acordo político, que pode ser alargado a essas outras forças, se estas assim o desejarem.

É celebrado o seguinte acordo político:

I
Pressupostos Políticos

I. Liberdade e Consulta em relação aos pontos omissos no Acordo

As deliberações relativas a questões não abrangidas pelo presente acordo serão apresentadas, apreciadas e votadas pelos signatários com inteira liberdade, devendo, no entanto, ser sempre efectuada a consulta prévia e a procura de consensualização entre as partes.

II. Plano, Orçamento e Programa de Saneamento Financeiro

Os subscritores do presente acordo elaborarão os planos e orçamentos para os anos 2008 e 2009, bem como o programa de saneamento financeiro do município, que deverão garantir a execução dos conteúdos programáticos do presente acordo, tendo por base uma convergência entre os programas eleitorais apresentados pelas candidaturas.

II
Conteúdo programático

I. Saneamento financeiro e empresas municipais

Iniciar imediatamente e levar a cabo, no prazo do actual mandato, uma política de saneamento das finanças da Câmara de Lisboa que inclui:
1. a negociação, até ao final do corrente ano, de um empréstimo destinado à reestruturação da dívida e à consolidação do passivo financeiro, com prioridade ao pagamento a fornecedores e, naturalmente, garantindo que o resultado de tais operações não aumente o endividamento líquido do Município.
2. a diminuição de despesas, combatendo o desperdício, com prioridade para a eliminação da contratação de serviços externos supérfluos ou que possam ser directamente assegurados pelos serviços camarários, sendo dessa forma garantidos e valorizados os actuais postos de trabalho.
3. garantir, até ao final do corrente ano, a completa reorganização do sector empresarial do Município e do conjunto das suas participações sociais, tendo em vista:
a. A extinção da EMARLIS
b. A reavaliação das Sociedades de Reabilitação Urbana, da GEBALIS e da EMEL, procedendo às adequadas operações de integração, fusão ou extinção.
c. A reestruturação da EPUL, recentrando-a na reabilitação urbana de Lisboa e na sua função original de dinamização de um mercado habitacional para atracção de novas famílias à capital.

II. Plano Verde, Estrutura Ecológica e PDM

Levar a cabo, durante o presente mandato, as iniciativas necessárias à consolidação e execução do Plano Verde, actualmente em apreciação na Assembleia Municipal. Em particular:
1. O Plano Verde será vertido no PDM de Lisboa, já no âmbito do processo de revisão em curso, assegurando a sua natureza vinculativa.
2. Serão iniciadas, até ao final deste mandato, as acções para a concretização dos corredores
a. Parque Eduardo VII - Serra de Monsanto,
b. Parque Periférico,
c. Encostas da Avenida da Liberdade,
d. Será executado, faseadamente, o plano da Rede Ciclável, sendo neste mandato iniciados os cinco eixos necessários ao seu funcionamento em rede, com prioridade para os eixos Torre Belém-Parque das Nações e Terreiro do Paço-Campo Grande.
Com efeito imediato, serão adoptadas as medidas preventivas e de salvaguarda necessárias à consolidação e à execução do Plano Verde, e, entretanto, no respeito pela legalidade, serão avaliados, à luz dos princípios estabelecidos neste Plano Verde, os projectos de planos de pormenor ou loteamentos (em análise ou que venham a ser apresentados).

III. Construção e Reabilitação

1. Os signatários comprometem-se a direccionar o principal esforço da Câmara relativo ao parque habitacional para a reabilitação do edificado, incentivando a recuperação e reabilitação dos edifícios existentes em detrimento das novas construções.
2. Será consagrada, através da revisão do PDM, a obrigatoriedade de inclusão de uma quota mínima de 25% para habitação a custos controlados nos novos projectos de de construção e em grandes operações de reabilitação.

IV. Transportes Públicos

Os signatários assumem uma escolha clara em defesa da prioridade do transporte público sobre o transporte privado, incluindo no PDM de Lisboa, já no âmbito do processo de revisão em curso, a previsão de uma rede de eléctricos rápidos em articulação com as outras redes de transporte público. Em consequência,
1. será dada prioridade à construção de novos parqueamentos para residentes, e
2. serão tomadas desde já as medidas necessárias à reserva do canal para a extensão da actual linha 15 de eléctricos até ao Parque das Nações.

V. Frente Ribeirinha

1. A Câmara exigirá do Governo a retirada à Administração do Porto de Lisboa da tutela sobre todas as áreas não ocupadas por actividades especificamente portuárias.
2. A Câmara exigirá que qualquer intervenção na frente ribeirinha, nomeadamente em Pedrouços (actual Docapesca) e na zona entre Santa Apolónia e Cais do Sodré, seja precedida de aprovação pela Câmara Municipal de Lisboa, após amplo debate, garantindo, em qualquer caso, a sua articulação com o Plano Verde e a não construção de barreiras físicas que prejudiquem quer as vistas quer a vivência do espaço marginal por todos os lisboetas.

VI. Transparência

1. Promoção da transparência pública da vida municipal e formalização de espaços de participação cidadã.
2. Completo esclarecimento dos factos ocorridos em todos os negócios em que interveio a Bragaparques.
3. Reavaliação dos terrenos da Feira Popular e do Parque Mayer, de forma a fundar uma nova e esclarecida posição da Câmara em relação à permuta efectuada, no caso de se concluir pela existência de irregularidades e/ou o prejuízo do interesse público.

Em Lisboa, Agosto de 2007


A candidatura do Partido Socialista

A candidatura “Lisboa é Gente” integrada na lista apresentada pelo Bloco de Esquerda

O acordo dá que falar...

O artigo dos jornalistas Eva Cabral e Pedro Correia sobre o acordo na Câmara de Lisboa, no DN de hoje, é aquilo a que se pode chamar, no mínimo, jornalismo de mau gosto.

Faz um intricado trabalho de corte e costura de declarações de vários dirigentes do Bloco com o único objectivo de chegar a uma conclusão que puxa para título - "Acordo BE-PS em Lisboa pode ser teste para 2009".

Depois de uma página a defender a tese do prenúncio para 2009, os jornalistas não conseguem escamotear as declarações de José Manuel Pureza que contrariam tudo o que foi sendo montado no texto: "O BE vai continuar a ser uma força de oposição muito firme ao Governo PS porque discorda das suas políticas. Este PS não merece o nosso acordo para uma plataforma política".

Fazer um acordo em torno de políticas municipais para Lisboa e manter toda a capacidade de confronto com o governo é complicado de mais para certas cabecinhas duras...

[P]

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Assessores

Não posso deixar de saudar a decisão da última reunião de Câmara em tornar transparente a política de assessorias para os gabinetes de apoio ao presidente e vereadores.

Aquilo que não está regulado pela lei e tem sido palco para os maiores abusos, passou a estar definido por decisão da Câmara, com o voto unanime de todos os vereadores.

Em síntese, os gabinetes das forças políticas que não têm pelouro passam a contar com quatro assessores, mais um por cada vereador eleito (por exemplo, a CDU, que elegeu Ruben de Carvalho e Rita Magrinho, terá 4 + 2 assessores, num total de 6).

Os gabinetes que têm vereadores com pelouro, terão direito a um máximo de três assessores, mais um por vereador eleito (por exemplo, o Bloco, que elegeu Sá Fernandes, terá 3+1, num máximo de 4).

O presidente e os vereadores com pelouro terão direito para a sua área executiva a um máximo de cinco assessores.

Ficou definido, igualmente, que o salário de assessor terá como limite o salário determinado por lei para um adjunto.

Ou seja, tudo claro e público, como deveria ter sido sempre. Lamento apenas que o Correio da Manhã e o 24 Horas, que se especializaram em atacar os assessores do Sá Fernandes durante a campanha (precisamente o que tinha menos assessores), ainda não tenham informado os seus leitores desta decisão municipal... Não acham relevante?!!

[P]

domingo, 5 de agosto de 2007

Primeiro dia de trabalho


Excelente post de Miguel Portas no Sem Muros sobre a actividade do novo executivo da CML.

[TIC]

Rendas e Blogs


A criação de rendas controladas em 25% dos novos projectos de construção e reabilitação imobiliária está a criar um ruído na blogosfera digno de nota.
O Insurgente e companhia limitada (literalmente limitada) escrevem sobre uma supostamente negativa deturpação que esta medida criará no mercado imobiliário. Segundo estes senhores os interesses dos empreiteiros e construtores civis estam não só de acordo com os princípios de planeamento urbanístico como também estam em plena sintonia com as necessidades dos cidadãos lisboetas. Segundo estes senhores o mercado funciona "naturalmente" a favor dos cidadãos (que estranhamente trocam Lisboa por dormitórios mais em conta). Segundo os mesmos senhores esta é a única razão por cidades como Nova Iorque e Paris terem o m2 mais caro do mundo... ou será que é pelo simples facto de os terrenos se terem valorizado progressivamente?!

Para limpar a cabeça desta escrita assaz ignorante proponho a leitura de três excelentes posts da autoria dos Ladrões de Bicicletas, do Zero de Conduta e ainda Miguel Portas no Sem Muros.

[TIC]

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Agora é que já não percebo nada!


A propósito das infelizes declarações de ontem à noite, da parte da Vereadora Helena Roseta, lembrei-me de fazer uma pesquisa pelo google com as palavras "José Sá Fernandes convergência".

Eis alguns resultados:

É por isso que venho propor – aos partidos políticos, às associações e aos movimentos de cidadãos empenhados nos valores por que me tenho batido – uma união de vontades politicas e cívicas com vista à constituição de uma coligação pré-eleitoral para concorrer às próximas eleições da Câmara Municipal de Lisboa.

16 de Maio, Declaração Pública em que Sá Fernandes apela a uma convergência pré-eleitoral e diz, pela primeira vez, que legalmente, os prazos de recolha de assinaturas para os movimentos de cidadãos são mais alargados, como aliás se veio a verificar.

Questionado pelos jornalistas sobre quem vai contactar, Sá Fernandes afirmou que vai "apelar a toda a gente", nomeadamente a CDU, o PS e Helena Roseta, que pretende candidatar-se à Câmara de Lisboa como independente.

16 de Maio, RTP


Quanto à declaração de Fernandes apelando a uma «convergência de esforços» entre partidos, associações e movimentos de cidadãos, Roseta considerou difícil que ainda possam ser inscritas coligações para concorrer às eleições intercalares, devido aos prazos.

16 de Maio, TSF

"Chegou a estar agendada uma reunião com Helena Roseta mas foi desmarcada ontem à noite. Se não há capacidade por parte de Helena Roseta para uma convergência nós lamentamos mas a nossa estratégia é de apoio a José Sá Fernandes", afirmou Pedro Soares.

17 de Maio, Antena 1 (Pedro Soares, nº 2 da lista "Lisboa é Gente")

«É de convergência de muitas vontades e não de salvadores iluminados que se faz a cidadania. Mais convergência tivesse sido possível, e a cidade teria ficado a ganhar»

2 Junho, José Sá Fernandes na Convenção do Bloco de Esquerda

“uma convergências das forças políticas, para fazer em conjunto um programa de emergência, e que todos os que queiram fazer isto tenham pelouros, porque o trabalho é para todos e não só para alguns”.

Helena Roseta opõe-se, assim, a “criar, dentro da Câmara, um espírito de maioria e outro de oposição”.

20 Junho, Helena Roseta em entrevista à RR, citada pelo seu site


«Estou aberto a convergências de governo na Câmara desde que assentem em bases programáticas e que não me peçam para fechar os olhos. Podemos chegar a consensos, com Maria José Nogueira Pinto, António Costa, seja com quem for, menos com aqueles que nada fizeram nestes últimos seis anos», disse José Sá Fernandes.

22 Junho


Queremos saber o que pensa Ruben de Carvalho, Helena Roseta e António Costa, que dirigem as três candidaturas com as quais poderemos vir a convergir para uma solução, sobre seis pontos que para nós são pontos de partida para qualquer entendimento

30 Junho, Discursso no Jantar de Apoiantes


Haverá hipóteses de entendimento futuro?

As convergências são sempre bem vindas desde que assentem em programas.

Se houver convergência em medidas programáticas que assentarem em três vertentes será positivo.

Resolver o problema da situação financeira com critérios de alguma justiça social. Não vamos permitir que se despeçam pessoas na Câmara, temos é que inverter a situação das receitas trazendo mais pessoas para cá.

Apostar na reabilitação do que já existe e do espaço público, em vez de novas construções e de especulações imobiliárias.

Que a recuperação do espaço público se faça através da estrutura ecológica do Gonçalo Ribeiro Telles.

As convergências fazem-se através de medidas programáticas, não se fazem através da distribuição de lugares por partidos ou pelo número de assessores que cada um pode trazer.

Está disposto a assumir pelouros?

Com certeza, com base num entendimento programático. Estou disponível, mas não aceito nenhum pelouro se a contrapartida for fechar os olhos. Imagine que me davam o pelouro do ambiente, nós faríamos certamente um grande trabalho no ambiente, mas eu não podia aceitar que se fizessem urbanizações ou pactuar com situações que invertessem este ciclo, que eu quero que seja dinâmico, que é reabilitar o existente e o espaço público.

2 Julho, Entrevista ao Jornal Esquerda, o Orgão de comunicação do Bloco Esquerda


O candidato do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Lisboa, José Sá Fernandes, considera inqualificáveis as declarações de Helena Roseta e António Costa, que deixam a porta aberta a uma coligação com Carmona Rodrigues.

De acordo com o Bloco de Esquerda, tem de haver entendimento pós-eleitoral, mas nunca com quem é responsável directo pelo descalabro da Câmara de Lisboa.

8 Julho, TVI no seguimento das declarações de António Costa e Roseta


Não vos maço mais.

Quem quer que tenha seguido minimamente a campanha, quem acompanha o nosso Blog, sabe que a preocupação da nossa candidatura nunca foi que Helena Roseta tivesse um acordo com o PS, mas sim que Carmona Rodrigues ou o PSD, voltassem a ter funções executivas.

Sabe que antes da apresentação de listas nos esforçamos para que houvesse um entendimento à esquerda, "com as forças políticas que não participaram do descalabro dos últimos 6 anos", como foi dezenas de vezes repetido.

Sabe que durante a campanha insistimos na tese de que António Costa nunca iria obter a maioria absoluta e, como tal, seria desejável um entendimento à esquerda, para governar a cidade, com base numa convergência programática que mudasse o rumo que tem levado a cidade para o abismo e que excluísse, naturalmente, os autores desse rumo.

Sabe que nos incomodámos e nos preocupámos ao ver que quer o PS, quer Helena Roseta, durante a campanha, nunca dizerem claramente que "acordos com Carmona Rodrigues, não"

Sabe que na última semana de campanha e na noite eleitoral, todas as declarações de Sá Fernandes foram no sentido de reafirmar as "6 condições inegociáveis" para um acordo político para a gestão da Câmara.

Sabe que mesmo agora, depois da campanha, tanto José Sá Fernandes, como o Bloco de Esquerda continuam a afirmar que é preferível que o entendimento para o governo da cidade se faça com toda a esquerda, CDU e Cidadãos por Lisboa, incluídos.

As declarações de Helena Roseta são assim incompreensíveis, para além de carregarem uma agressividade contra Sá Fernandes e a sua candidatura que só estavámos habituados por parte de alguns srs. ligados à construção civil.

[BA]

Napoleão Sá Fernandes


José Sá Fernandes é a todos os títulos um vereador bem sucedido. Arrasou com a maioria PSD/Carmona, criou as condições para uma verdadeira alternativa para a Câmara Municipal de Lisboa e estabeleceu um acordo político com António Costa baseado num programa de acção governativa com metas concretas e transparentes sem abdicar da liberdade de voto.

Esta estrondosa vitória de Sá Fernandes e Bloco de Esquerda já foi mesmo classificada de Napoleónica! por... Carmona Rodrigues.
Em entrevista à TSF este excelso representante do falhanço da direita governativa afirma que não compreende como é que a sexta força política destas eleições conseguiu alcançar tal resultado. O segredo é simples: construir uma base programática forte e uma acção verdadeira! Um programa cujo valor é reconhecido e tomado por outros não pode ser senão uma mais-valia governativa e é isso que Carmona Rodrigues é incapaz de compreender.
Na realidade isto é um duro golpe para um "movimento" cuja coesão se baseava na perspectiva de poder e manutenção de tachos camarários. Talvez não falte muito até o delfim de Santana Lopes se tornar uma irrelevância pública, um digno sucessor do menino guerreiro.

[TIC]



Contra os interesses instalados, 1 só interesse


Joaquim Carlos Fortunato [presidente da Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas] mostra-se incrédulo com esta obrigatoriedade de pelo menos 25 por cento das novas casas serem vendidas a custos controlados e, se for necessário, ameaça recorrer aos tribunais.

«Nós estamos na cidade de Lisboa, não estamos em havana, não estamos em cuba, e se isso avançar admitimos recorrer ao tribunal porque não nos parece legal quaisquer medidas que fixem os preços das casas», diz Joaquim Fortunato.


[BA]