sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Bloco garante compromissos com os eleitores


Em entrevista a Judite de Sousa, na RTP, e a dois dias do Fórum das Esquerdas que junta na Aula Magna da Reitoria, em Lisboa, personalidades do BE, PS, comunistas e independentes, Louçã sublinhou que o Bloco nas próximas eleições «assumirá as responsabilidades que lhe forem delegadas pelo povo português».

Questionado quanto à retirada de apoio ao vereador independente da Câmara de Lisboa, José Sá Fernandes, Louçã justificou-a com a «defesa do programa eleitoral do BE» e com o «compromisso com os eleitores».

Concretamente, Louçã apontou o apoio de Sá Fernandes ao projecto do terminal de Alcântara como contrária à promessa de defesa da frente ribeirinha de Lisboa.

«Nós defendemos o nosso programa. Se Sá Fernandes se afastou dele, nós respeitamos a sua opinião», afirmou.

10 comentários:

André disse...

podem ver aqui a entrevista

http://ww1.rtp.pt/blogs/programas/grande_entrevista/?k=1-parte-do-programa-de-2008-12-11.rtp&post=527

Anónimo disse...

Ser coerente em política exige de facto coragem, quando é tão fácil manipular a ignorância dos outros.

Para quem quisesse perceber, ficou bem claro no debate na rtp sobre o terminal de alcântara, que a posição do Sá Fernandes é a favor de mais área pública junto à frente ribeirinha. Aliás tem sido essa uma das suas conquistas do seu mandato como vereador. A sua posição foi claramente a favor disso, e de melhor qualidade urbanística para alcantâra. Só quem não quer é que não vê que como a zona está no momento presente, é um caos.

A coerência de Sá Fernandes, está em lutar sempre por melhor qualidade de vida na cidade, tendo como pilar central o planeamento urbanístico e a melhoria do espaço público.

Se acham que não deve haver terminal de contentores em alcantâra, assumam-no. Agora, deixar ficar como está com uma qualidade urbanística deplorável e um porto a definhar, é que é no mínimo pouco construtivo e revelador de pouca maturidade.

Infelizmente foi essa a opinião que ficou patente nos lideres do movimento contra o alargamento do terminal, e o Bloco cola-se a ela.

E seria bem fácil manter a coerência atacando não o projecto em si, mas sim todo o processo de adjudicação do terminal. Que aliás Sá Fernandes nunca deixou de criticar.

O tempo de antena é de facto importante para os políticos e partidos. A maioria utilizam-no para a manipulação emocional dos eleitores com fito eleitoral. Os que de facto fazem a diferença, utilizam-no para remar contra a maré e aumentar o nível de consciência política das populações.

Infelizmente, o Bloco aparenta estar a deixar-se levar pelo caminho mais fácil...

Anónimo disse...

Não estou nada de acordo com o João. Basta aproveitar o link do anónimo para ver a entrevista e perceber que o caso de Alcântara foi colocado em causa desde logo pela aldrabisse do governo prolongar a consessão do porto à Mota Engil sem concurso público e depois porque o projecto em si é mau.
Demagogia fazem os que procuram convencer a opinião pública de que quem está contra a triplicação do parque de contentores está também contra o terminal em Alcântara. Porque isso é falso e nunca ouvimos isso da parte do Bloco, nem sequer da plataforma de cidadãos.
O que é muito triste por parte da Câmara, logo do Sá Fernandes, é sabendo que por trás de tudo isto está uma negociata abjecta, ainda andarem a tentar salvar o projecto do governo. Porque é disso que se trata e nada mais.

Anónimo disse...

Custa-me compreender como é que alguém que se quer apresentar como o paladino da defesa do interesse público aparece ao lado do governo e do António Costa a defender um projecto com alguns remendos que é uma fraude e tem como único objectivo beneficiar um privado: a empresa do Jorge Coelhoni.
Tudo isto se resolve com uns arranjos urbanísticos à volta do terminal?!! Que miséria mais confrangedora.

Anónimo disse...

Relativamente à existência ou não do porto, é concensual para quem percebe minimamente de logística portuária, que devido ao aumento previsto do tamanho dos navios a curto prazo, o facto do porto não ser ampliado é sinónimo do seu definhamento, o que equivale a perder o interesse económico que tem para a cidade. Ou seja, a morrer. Porque quer queiramos quer não, vivemos num sistema capitalista com forte concorrência de vários portos europeus.

Portanto, dizer que se é contra a ampliação, sem assumir que se é contra o porto, revela ou ignorância, ou falta de coerência, ou falta de honestidade política e populisno. E para falar verdade, foram referidos, por um responsável da plataforma, os portos de Setúbal e Sines em sua substituição. Se formos por aí, a questão será outra. Mas não é isso que está em discussão, já que me parece que afinal a manutenção do porto em Lisboa é concensual...

Não. Não se tratam de uns meros arranjos urbanísticos à volta do terminal. Quem viu o debate da rtp, ouviu Sá Fernandes referir por diversas vezes que o terminal e a sua envolvente é um pormenor, num sistema ecológico e urbanistico que é o vale de Alcantâra, e que é nisso que está a trabalhar. É de facto o problema do Sá Fernandes. Quando aborda os assuntos com a complexidade que eles têm, a maioria não percebe, não quer perceber, e esquece rapidamente o incómodo da sua ignorância. Resultado: ficamos na mesma, de remendo em remendo. É isso que é preciso mudar e que Sá Fernandes está a mudar.

Quanto à questão do negócio, também o considero no mínimo duvidoso. Sá fernandes, afirmou também já o seu desacordo com a forma como foi feito. Mas tendo em conta que a esmagadora maioria quer o porto, incluindo o bloco, seria de uma enorme incoerência não trabalhar para que o projecto seja um contributo positivo para a melhoria da qualidade de vida na cidade. E é isso que está a ser feito.

Anónimo disse...

Está errado, João. E não vale a pena passar assim atestados de ignorância aos outros só porque discordam de si. No mínimo, é um tanto arrogante.
Se é tão expert na matéria saberá que 85% dos navios que entram na barra podem acostar em Santa Apolónia. O terminal de Alcântara tem capacidade para os restantes, sabendo-se que o que poderá ser necessário é proceder ao seu aprofundamento. A ampliação que querem fazer do terminal de lcântara não é porque os navios não caibam lá, mas apenas por uma questão de capacidade de parqueamento de contentores que só se coloca se deslocarem o parque de Santa apolónia para Alcântara, como realmente querem fazer. A única razão para isso é que a Liscont paga menos ao estado em Alcântar do que em Santa Apolónia. E por isso a prorrogação do prazo sem concurso público, entendido?

Anónimo disse...

Mas afinal o estudo do Vale de Alcântara tem alguma coisa a ver com contentores em Alcântara? Que raio de desculpa estão a arranjar para justificar a porcaria que querem fazer no cais dos contentores.
O que poderá ter a ver é com o desnivelamento do nó ferroviário e esse vai ser pago pela Refer e pode muito bem ser independente do alargamento do terminal de Alcântara.

Anónimo disse...

A ignorância é um estado que todos partilhamos, e não há que ter vergonha nisso. A aprendizagem é uma constante da vida, e também estou cá para isso. É uma inevitabilidade da vida e será cada vez mais com o crescente volume e complexidade da informação nas sociedades modernas. Não a vejo como atestado de menoridade. Quando ela é a razão de tentar tornar simples o que é complexo, há que a realçar.

Ainda que no momento presente apenas 15% dos navios tenham que atracar obrigatoriamente em Alcântara, prevê-se um aumento significativo dessa percentagem nos próximos anos.

Quanto à questão do processo de contratação, já referi que sou contra o modo como foi feito. Se for possível fazer o processo voltar atrás e efectuar um concurso público, óptimo. Mas tanto quanto sei, isso não está neste momento em causa e ainda não vi ninguém a fazer essa proposta.
Mas já que fez a pergunta, continuo a não entender como é que o concurso público só por si poderá alterar o caderno de encargos.

Seja como for, para mim o aspecto central não é se a Liscount paga mais ou menos em Alcântara do que em Santa Apolónia. Para mim o essencial é se o projecto pode ser bom para a cidade do ponto de vista económico, urbanístico e ambiental, e contribuir para a melhoria da qualidade de vida na cidade. Eu acredito que da maneira como está a ser trabalhado pelo Sá Fernandes, será uma mais valia para a cidade.

E quanto à suposta independência das diversas obras no local, o problema é exactamente esse. Ignorar a existência de interdependência entre as várias intervenções numa cidade, é a principal causa do declínio da qualidade de vida nas mesmas, e do aparecimento de problemas inesperados ou mesmo irresolúveis de engenharia, com os respectivos custos associados.

Anónimo disse...

O projecto é péssimo para a cidade e constitui um grave erro.
Desde logo porque não foi objecto de qualquer debate público.E Sá Fernandes estava obrigado a defendê-lo.
Porque não há plano aprovado para a frente ribeirinha que integre as várias intervenções e como todas as intervenções se interligam, não se admite que a Câmara viabilize projectos de forma casuística. Veja-se caso da Fundação Chapalimaud e agora Nova Alcântara, entre outros.
Porque é falho de transparência, porque não esteve sujeito a concurso público. Várias iniciativas no Parlamento para reverter o decreto-lei foram chumbadas pela maioria PS que também é maioria na Câmara, à qual Sá Fernandes se associou (recordo lastimável presença no Prós e Contras ao lado do Governo).
As opções têm sido questionadas e o próprio Ribeiro Telles coloca-as em causa. Não há EIA, nãoo se sabem as consequências, mas a APL já assinou contrato com a Liscont.
Está tudo errado.

Anónimo disse...

O João lá de cima não é só um tanto arogante, é completamente arrogante. Elé o sabe tudo, o faz tudo, é o maior. Para ele o enviezamento das regras é um mal menor. E agora para o Sá também!!