sábado, 13 de dezembro de 2008

Fórum esquerdas: "Uma ponte de discussão" sem "intenções escondidas"

O líder do PCP, Jerónimo de Sousa, desvalorizou a presença do militante comunista e secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, no fórum das esquerdas sobre serviços públicos, no domingo, mantendo as críticas ao sectarismo da iniciativa

“É uma participação que só responsabiliza o próprio”, disse à Agência Lusa Jerónimo de Sousa, afirmando que “não é uma ou outra participação que altera a caracterização” do encontro. O secretário-geral comunista insistiu nas críticas à iniciativa em que participam militantes da ala esquerda do PS, como Manuel Alegre, do Bloco de Esquerda, comunistas e renovadores comunistas como “uma iniciativa sectária, fechada e ilusória”.

O deputado do PS e ex-candidato presidencial Manuel Alegre quer que o fórum das esquerdas de domingo, em Lisboa, continue a “quebrar tabus” à esquerda e recusa as críticas de “sectarismo” à iniciativa. “Isto não é uma iniciativa interpartidária. Não há nenhum partido a mais nem nenhum partido a menos. Estarão ali pessoas de diferentes quadrantes, uns com filiação partidária - comunistas, renovadores comunistas, bloquistas, socialistas - e estarão, sobretudo, pessoas sem filiação partidária, que querem participar e não têm como nem onde”,

Para Manuel Alegre, há uma ideia fundamental para o encontro de domingo, centrado na defesa das políticas públicas: “O ‘pensamento único’ e toda a orientação que até agora vigorou e levou ao colapso actual era no sentido do desmantelamento dos serviços públicos ou da sua gestão segundo as regras ‘privadas’ ou da sua gestão em concorrência com a iniciativa privada. Isso tem que ser ultrapassado”. “Os serviços públicos têm que ser geridos sob uma lógica de serviço público e de interesse geral”, defendeu.

Francisco Louçã, define o fórum das esquerdas, domingo, em Lisboa, como “uma ponte de discussão” e recusa qualquer “intenção escondida” de “ensaio” para um entendimento eleitoral. “Não é ensaio de nada. É aquilo que é. Seria desleal para as pessoas que participam que houvesse qualquer intenção escondida. Não há, recusamo-lo totalmente. Não é uma plataforma interpartidária. Nas eleições elas existem. Isto não é”.

Para o coordenador da comissão permanente do BE, o encontro “é uma ponte de discussão que tem feito falta às esquerdas portuguesas”, em que se pretende debater “alternativas”, mas não “definir políticas que sejam conduzidas por um partido porque não é uma reunião de partidos”. Deste fórum podem sair, admitiu, “ideias fortes que farão o seu caminho”.

(Lusa)

4 comentários:

Anónimo disse...

Por favor não tomem as pessoas por parvas. É evidente que o formato da iniciativa teve a concordância da direcção do BE, mas decidiu-se não contactar a direcção do PCP. E isso é sectarismo dos promotores da iniciativa, um dos quais é obviamente o Louçã. Não venham agora dizer que não há partidos na iniciativa, basta ler o Resolução política da mesa nacional do Bloco para perceber tudo.

Anónimo disse...

Não sei como aconteceu, mas também vos sou sincero: depois de ouvir o que ouvi no congresso do PCP sobre o Alegre, o Bloco e mesmo militantes comunistas que não se submetem acriticamente à direcção, deve restar muita pouca vontade de convidar o PCP para o que quer que seja.

Anónimo disse...

Essa é a diferença. Enquanto os militantes do Bloco participam individualmente nessa iniciativa, o PCP onde se mete é para hegemonizar. Precisamos de uma esquerda que dialogue e não que e renda a hegemonias.

Anónimo disse...

Mas o PCP interessa alguma coisa? Curioso é ver como o Louçã anda a colar-se ao Alegre e à Roseta 15 dias depois de dar um chuto no cú ao Sá Fernandes. Alegre e Roseta, esses sim de confiança...
É preciso ter lata e achar que toda a gente é burra, mesmo.