segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Carta aberta aos Jornalista sob o tema do empréstimo



Caros Filipe Morais e Francisco Almeida Leite

A qualidade dos nossos políticos é proporcional à qualidade da nossa comunicação social.

No Diário de Notícias de Sábado, é dado grande destaque ao contra-ataque do PSD no escandaloso caso da recusa do empréstimo.

“Menezes quer impor recuo a Costa”. “Menezes aceita empréstimo muito inferior ao proposto”, diz o jornal.

O que acho incrível é que, para os jornalistas, o passivo de uma Câmara Municipal parece ser uma matéria de opinião e não de facto.

“A dívida rolante que o PSD encontrou quando chegou à CML em 2002 era de 500 Milhões de Euros e começou a ser reduzida, ainda no mandato de Pedro Santana Lopes, para 490 milhões, dizem fontes próximas de Menezes”

Mas desde quando é que a dívida de uma câmara se apura por fontes próximas, srs. Jornalistas?

Não sabem os srs. Jornalistas, que os municípios têm departamentos de contabilidade, com dezenas de funcionários competentes para o efeito, que têm que seguir as regras rígidas do POCAL, que elaboram documentos oficiais que são fiscalizados por várias entidades públicas, nomeadamente pelo Tribunal de Contas?





Os balanços da Câmara de são o que são.

Se querem fazer uma notícia sobre as dívidas da câmara, consultem as demonstrações financeiras e verifiquem que desde Dezembro de 2001 a Maio de 2007, a dívida a fornecedores passou de 10.920.323.000$00, para €532.602.170,67. Isto é, subiu (fazendo o euro a 200 escudos) subiu 875,43% no município de Lisboa.

E afinal de contas, mesmo sem perceber nada de finanças, lembrem-se lá do mandato de Santana Lopes em Lisboa.

O Carro preto blindado, as flores na Av. Da Liberdade que precisavam de ser trocadas todas as semanas, a publicidade por todo o lado, o túnel do Marquês, o esboço de Frank Gerry que custou 2,5 Milhões de Euros, uma Vereadora que disse recentemente que tinha de gastar 200 contos em roupa por mês, os exército de assessores que se prolongou até os tempos de Carmona, a utilização pela primeira vez na história da CML da residência oficial do Presidente da Câmara… A lista é interminável, bolas!

Não é do senso comum que a “fonte próxima de Menezes” vos está a enfiar um barrete monumental?







[BA]

1 comentário:

Anónimo disse...

Se o PSD tivesse um bocadinho de vergonha na cara diria:

"nós não concordamos com o empréstimo, achamos que não é preciso tanto dinheiro, achamos que até ele poderá estar ferido de ilegalidade, o que é uma coisa que o tribunal de contas terá de analisar... Mas não queremos ser acusados de paralisar a cidade. Os senhores foram eleitos pelos lisboetas para governarem, têm convosco o resto da esquerda, num total de 11 em 17 Vereadores, de forma que achamos que - embora não concordando - os senhores têm legitimidade para fazer isto"

"vamos nos abester, embora avisando que se trata de um erro. Em 2009, quando recuperármos a Câmara vamos amortizar imediatamente o empréstimo com as receitas da venda de património"