quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

O flick flac do PSD

Foi graças à iniciativa "informal" do presidente da Junta de Freguesia de Benfica que o PSD, na Assembleia Municipal, ganhou espaço de manobra para negociar uma solução para o problema do empréstimo bancário, no âmbito do programa de saneamento financeiro da CML.

O presidente da Junta, Domingos Pires, avançou com a possibilidade de se chegar a um acordo com um empréstimo de 400 milhões, dividido em duas tranches de 360 + 40 milhões (em vez dos 500 milhões, 360 + 140, aprovados pela Câmara).

De facto, os deputados municipais do PSD estavam amarrados a uma proposta imposta por Menezes, completamente inegociável e inaceitável: para a dívida já vencida e de pagamento urgente, no valor de 360 milhões de euros, os menezistas defendiam um empréstimo de apenas 140 milhões.

Esta proposta avançada pelo chefe da distrital do PSD só poderia conduzir à ruptura e à abertura de uma complicada crise política em Lisboa.

De forma preparada ou não, foi a iniciativa do presidente da J. F. de Benfica que permitiu a Menezes e Carreiras salvar a face e evitar ao PSD cair numa aventura irresponsável.

Se a intervenção não foi preparada, como se de um plano B se tratasse, o freguês de Benfica foi corajoso. É que o presidente da distrital do PSD, Carlos Carreiras, tinha-se deslocado à Assembleia Municipal para verificar que a displina de voto, em defesa da proposta menezista, iria ser escrupulosamente cumprida pelos deputados e presidentes de junta do PSD. Restou-lhe meter a viola no saco e desculpar-se com a dúvida sobre se o Tribunal de Contas aprovará ou não o empréstimo.

O referido presidente de Junta devia ser agraciado pela S. Caetano à Lapa com uma qualquer menção honrosa.

[P]

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