(Re)Encontro com o Castelo
No início do mês de Março José Sá Fernandes visitou o Castelo de S. Jorge. Tive a sorte de o acompanhar e assim reencontrar lembranças que tinha deste local magnífico da cidade.
Foi uma visita para conhecer melhor as potencialidades (e também as carências) deste espaço que, ao que me foi dado a ver, foi alvo de intervenções que conseguiram modernizá-lo e lhe deram condições para que esteja à altura das expectativas que todos, residentes e visitantes, depositam neste local de excelência da cidade. A breve prazo o Castelo vai ainda sofrer novas transformações, já anunciadas pela CML.
De destacar o convite que nos faz a Câmara Escura na Torre Ulisses, para que observemos através da sua lente curiosa a mulher que tranquilamente estende a roupa numa qualquer janela na Baixa ou a fila de trânsito rumo à outra margem do Tejo. É notório o entusiasmo da responsável que vai orientando a lente para que possamos ter uma vista de 360 ºC sobre a cidade.
Uma palavra de apreço para o empenho da gestora, Teresa Oliveira, que não esconde alguma tristeza que sente pelo pouco orgulho sobre o espaço, que atribui a alguma da vizinhança, com a qual existe uma relação "menos próxima".
E um obrigado pelo convite que nos lançou para uma "inédita" participação teatral (em que participaria o próprio vereador…), a responsável pelo serviço educativo, Marta César de Sá, que não poupa em simpatia quando nos explica os vários programas com que entretêm os mais jovens na descoberta ao Castelo.
Bom seria que a CML se empenhasse em trazer ainda mais jovens visitantes, facilitando-lhes o acesso ao transporte até ao Castelo. Esse, diz-nos quem sabe, é o principal obstáculo à sua vinda.
Ficamos a saber que o Olissipónia – espaço instalado nas salas construídas sobre os vestígios do antigo Paço Real da Alcaçova, a sala Ogival, das Colunas e da Cisterna – que nos conta a história da cidade através de imagens multimédia, dispõe de um sistema já ultrapassado, mas vai sofrer melhoramentos para receber o futuro Espaço Museológico do castelo, com abertura prevista para 2008.
A galeria, instalada nas celas das antigas prisões, que é local de exposições temporárias ou "casa" dos grupos de artistas, que, fruto das diversas produções artísticas, se instalam no castelo, também já tem alterações previstas.
Curioso é o facto do futuro do castelo passar pela sua reintegração no passado, num movimento de descoberta do legado daqueles que, originalmente, povoaram as imediações: uma parte das escavações arqueológicas, iniciadas há cerca de 10 anos, estarão visitáveis, segundo se prevê, em Outubro próximo. Nessa data em que se celebram os 860 anos da tomada do Castelo, voltaremos certamente a reencontrar este local e a simplicidade da sua responsável, a arqueóloga Alexandra Ganhão.
E talvez nesse dia já possamos trazer uma réplica do pote do Século XX que foi encontrado intacto naquele local e que fará parte do espólio do futuro museu.
[CO]
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