quinta-feira, 22 de março de 2007

Afinal, onde tem estado o PCP?

O Vereador Ruben de Carvalho prometeu ontem mobilizar a população de Lisboa contra a política da maioria PSD que gere a autarquia da capital. Com esta atitude, o PCP revela que tem estado algo alheado… dois meses após o aprofundamento da crise na edilidade, com diversos episódios comprovativos da incapacidade deste executivo camarário, somente agora o PCP assume uma posição.

«Nós não vamos ficar quietos. Não vamos ficar quietos à espera que estes senhores continuem a não fazer nada. Vamos intervir», disse. Afinal, o que tem feito o PCP ao longo do mandato?

Questionado sobre o carácter dessa intervenção, o vereador disse que será efectuada «através de propostas». Estranho… em dois anos e meio, o PCP tem assumido uma posição passiva, permissiva até, de procura de entendimentos e de viabilização de propostas do executivo, fraca oposição e muito raro carácter propositivo.

Entre as «medidas de emergência», Ruben de Carvalho destaca o saneamento económico-financeiro da autarquia. O PCP defende a elaboração de um «diagnóstico rigoroso às dívidas de curto prazo» para «renegociar e re-calendarizar os pagamentos, dando prioridade aos fornecedores que são indispensáveis ao funcionamento dos serviços municipais». Ainda na mesma conferência de imprensa, o Vereador do PCP queixou-se da qualidade do trabalho feito pela maioria. Curioso é o apoio que tem dado ao executivo… Recorde-se que recentemente viabilizou o Plano de Pormenor para Requalificação do Bairro da Liberdade e Reordenamento do Bairro da Serafina, na freguesia de Campolide, não obstante a já por demais conhecida a situação económico-financeira da autarquia e as dúvidas levantadas quanto à estabilidade da encosta.

Curioso é o facto do PCP permanecer satisfeito com as coligações estabelecidas com o PSD em diversas freguesias de Lisboa. Uma cidade, um partido, diferentes posições. Talvez o PCP esteja a ter um problema de identidade, acompanhada de laivos esquizofrénicos.

[AS]

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