quinta-feira, 20 de setembro de 2007

A propósito dos Taxis, a Carris

Um taxista disse-me uma coisa óbvia – para quem conduz um táxi – que eu já tinha ouvido, durante a campanha quando fomos visitar as cooperativas de táxis:

A Av. Fontes Pereira de Melo tem demasiadas paragens de autocarro, o que entope totalmente a circulação na faixa BUS. Existem vários percursos, por toda a cidade, com paragens muito espaçadas. Não parece essencial que naquela avenida tenha de ser assim.
O problema é que temos uma CARRIS, desligada da cidade. Uma Empresa Pública, cuja tutela é do Governo Nacional em vez de ser do Governo da Cidade.

Estou convencido que se a CARRIS fosse uma Empresa Municipal – como propõe a lista “Lisboa é Gente” – haveria mais sensibilidade e rapidez na resolução de pequenos problemas como estes.


Para além disso, uma gestão mais próxima dos cidadãos, implicaria, com toda a certeza, ganhos no que diz respeito ao controlo democrático da gestão, ganhos de transparência e de combate ao desperdício (outras bandeiras desta candidatura).

Lembro-me bem de uma intervenção, em reunião de Câmara, da ex-Vereadora Marina Ferreira, actual Presidente da EMEL e quadro da CARRIS.

Dizia ela, precisamente neste contexto dos princípios da boa gestão, que, apesar de tudo, o que se passava nas empresas Municipais em Lisboa, não tinha nada a ver, pela positiva, com o que se passava em outras empresas, como a CARRIS, que ela conhecia muito bem.

[BA]

3 comentários:

Anónimo disse...

As paragens na Fontes Pereira de Melo têm a ver com os muitos escritorios dessa zona, quem sobe, uma no Marquês, uma junto ao Palacio Soto Maior, uma junto ás Picoas e outra no Saldalha, a tirar só a do Soto Maior , mas o problema da Carris nem sequer é esse, é a falta de corredores BUS na cidade, os seus sucessivos atrazos, zonas da cidade pessimamente servidas de transportes, que a partir das 21h e 30 m praticamente são reduzidos a um numero insignificante, com espaços de 30 m , e por ultimo e sem qualquer respeito pelos utentes , mudam carreiras, e acabam com outras, sem que isso signifique melhor serviço.

Por isso a Camara e já agora as juntas, deveriam pelo menos ter voz activa , nestas alterações, e no que diz respeito á Camara, deveria rapidamente aumentar os corredores BUS.

Anónimo disse...

Mas há uma cultura de andar pouco a pé nesta cidade, certo?

Claro que a cidade não tem sido pensada para os peões. Pelo contrário, é agressiva, para com eles. Mas também por isso, as pessoas perderam o hábito de andar a pé.

Quem contacta regularmente com estrangeiros na cidade apercebe-se das extraordinárias diferenças de conceitos sobre se determinado sítio é “longe” ou “perto para ir a pé”.

Mas sim: O principal problema da Carris não é esse. Mas diria que os problemas que se descrevem no comentário anterior estariam melhor encminhados se a tutela da CARRIS fosse da Câmara e não do Governo central

Bernardino

Anónimo disse...

Sobre o comentário anterior do Bernardino: muitas vezes faço a pé a Fontes, e muitas vezes faço a pé a Avenida da Liberdade ou o trajecto Marquês-Bairro Alto. A diferença psicológica é enorme. E ela vem não só das lojas (isto é, da variação do espaço construído) como das árvores, ou da falta delas. Mas isto já não tem solução: é uma dimensão humana que já se perdeu. O Palácio Sotomaior foi uma pena, e nem sequer se revelou um "bom negócio" económico. Subir do Marquês até Entrecampos a pé é um exercício deprimente.