segunda-feira, 15 de setembro de 2008

PRÉDIO MAIS ESTREITO DA EUROPA EM RISCO DE DESPARECER

Segundo o Jornal de Notícias, o prédio mais estreito da Europa está em risco de derrocada devido aos danos na estrutura que as obras numa construção do prédio ao lado causaram.

Os danos no n.º 16 da Rua Aquiles Monteverde foram considerados irreversíveis, facto que levou a Câmara Municipal de Lisboa a impor a sua demolição.

Esta situação advém de Julho de 2000, quando a estrutura de ferro que escorava a empena do edifício ao lado ruiu devido às escavações sem escoramento num terreno contíguo para a construção do actual n.º 12 daquela rua. As obras provocaram a queda parcial do n.º 14 e danos consideráveis no prédio mais estreito da Europa, de tal modo que as inquilinas foram desalojadas pela Protecção Civil.

Há oito anos que o proprietário do prédio de três andares com 1,60m de largura de fachada, Manuel Serrão, de 78 anos, aguarda por uma decisão judicial, no sentido de ser ressarcido pelos danos sofridos decorrentes da construção do novo imóvel. Oito anos volvidos, o prédio mais estreito da Europa e o edifício ao lado sofreram forte degradação, facto que levou a Polícia Municipal a vedar o perímetro das fachadas com grades .

Segundo o filho do proprietário, o antigo Instituto Português do Património Arquitectónico chegou a manifestar interesse em classificar aquele imóvel, porém tal classificação não se deu e, entretanto, o acidente aconteceu, caindo por terra a ideia de ali instalar uma galeria de arte.

A actuação da CML sobre esta matéria cingiu-se ao envio, em 2005, de uma carta de intimação para a realização de obras ao proprietário do prédio localizado junto do Jardim Constantino, sob pena de posse administrativa do imóvel, já o caso se arrastava em tribunal há cinco anos. Não se conhece qualquer processo de contra-ordenação ou de responsabilidade contra a edilidade lisboeta ou contra o empreiteiro, pese embora a acção interposta por Manuel Serrão.

Apesar da particularidade de ser o edifício mais estreito da Europa, a autarquia lisboeta alega que o imóvel não está classificado pelo IPPAR, não tem «interesse municipal, nem está em zona de protecção».

O agora denominado IGESPAR não considerou o interesse em classificar o edifício sito na freguesia de São Jorge de Arroios, a CML lá permitiu a realização de escavações sem escoramento, o processo contra o empreiteiro aguarda resolução do tribunal há oito anos, mas o responsável pela construção do n.º 12 da Rua Aquiles Monteverde certamente somou ganhos… neste processo saem a perder os proprietários dos prédios de 1,60 de largura e o do lado, os moradores daquela Rua e os lisboetas… e assim se perde cidade.

[AS]

Sem comentários: