Porquê a fusão Gebalis – Epul?
É sobejamente conhecido que o nosso Programa para a Câmara de Lisboa propõe integrar a Gebalis na Epul. O documento dos "Eixos Programáticos", apresentado nas intercalares do ano passado, dava mesmo a essa proposta um carácter de urgência, ao definir um prazo concreto para a sua implementação - "até ao final de 2008".
É também conhecido que José Sá Fernandes decidiu não levar a reunião de câmara essa proposta, apesar de conhecer (e ter concordado com) a posição do BE: apresentar a nossa proposta, caso a do PS não contivesse a nossa perspectiva sobre o assunto.
Na verdade, os problemas associados a esta questão da reestruturação da Epul começaram muito antes destes últimos acontecimentos.
Fazendo parte do acordo assinado com o PS, a reestruturação da Epul, das SRU's e da Gebalis deveria ter sido objecto da constituição de um grupo de trabalho com elementos dos dois partidos, no sentido de avaliar as diferentes propostas e chegar a um entendimento. Esse trabalho em conjunto nunca foi feito, apesar da nossa insistência.
Sempre reconhecemos que a fusão da Gebalis com a Epul era um passo especialmente arrojado. Exactamente porque é o que dá dimensão administrativa e empresarial a uma estratégia de mistura social na política de habitação municipal.
A fusão permite aproveitar sinergias e criar economias de escala no que diz respeito às questões do edificado. Um dos problemas da Gebalis é o de se limitar apenas à "habitação social". Isso traz-lhe fragilidades de ordem financeira, incapacitando-a para uma gestão decente do património que detém - mais de 23 mil fogos!
Com a fusão, a nova Epul poderia arrendar a preços sociais para as famílias mais carenciadas e a preços controlados para jovens e estudantes. E deter ainda alguns fogos, escritórios ou lojas, para rendimento. Transformar "Bairros Sociais" em "Bairros Municipais", onde habitam e trabalham pessoas com variadas condições socio-económicas.
Essa nova Epul poderia vir a tomar posse de grande parte dos tais 25% de fogos a serem vendidos a custos controlados nos novos projectos de reabilitação e urbanização. Nomeadamente, nos que a Epul vai agora poder passar a promover, com o fim das Sociedades de Reabilitação Urbana.
Tais fogos reforçariam a "bolsa de arrendamento" do município, que passaria a funcionar como um poderoso instrumento de dinamização e controlo do mercado de arrendamento da cidade.
São ideias que necessitam de ser debatidas, sustentadas tecnicamente, estudadas juridicamente... A apresentação da nossa proposta de fusão teria contribuído para acelerar o debate sobre uma questão estratégica, mesmo que não fosse aprovada.
Bernardino Aranda em esquerda.net
É também conhecido que José Sá Fernandes decidiu não levar a reunião de câmara essa proposta, apesar de conhecer (e ter concordado com) a posição do BE: apresentar a nossa proposta, caso a do PS não contivesse a nossa perspectiva sobre o assunto.
Na verdade, os problemas associados a esta questão da reestruturação da Epul começaram muito antes destes últimos acontecimentos.
Fazendo parte do acordo assinado com o PS, a reestruturação da Epul, das SRU's e da Gebalis deveria ter sido objecto da constituição de um grupo de trabalho com elementos dos dois partidos, no sentido de avaliar as diferentes propostas e chegar a um entendimento. Esse trabalho em conjunto nunca foi feito, apesar da nossa insistência.
Sempre reconhecemos que a fusão da Gebalis com a Epul era um passo especialmente arrojado. Exactamente porque é o que dá dimensão administrativa e empresarial a uma estratégia de mistura social na política de habitação municipal.
A fusão permite aproveitar sinergias e criar economias de escala no que diz respeito às questões do edificado. Um dos problemas da Gebalis é o de se limitar apenas à "habitação social". Isso traz-lhe fragilidades de ordem financeira, incapacitando-a para uma gestão decente do património que detém - mais de 23 mil fogos!
Com a fusão, a nova Epul poderia arrendar a preços sociais para as famílias mais carenciadas e a preços controlados para jovens e estudantes. E deter ainda alguns fogos, escritórios ou lojas, para rendimento. Transformar "Bairros Sociais" em "Bairros Municipais", onde habitam e trabalham pessoas com variadas condições socio-económicas.
Essa nova Epul poderia vir a tomar posse de grande parte dos tais 25% de fogos a serem vendidos a custos controlados nos novos projectos de reabilitação e urbanização. Nomeadamente, nos que a Epul vai agora poder passar a promover, com o fim das Sociedades de Reabilitação Urbana.
Tais fogos reforçariam a "bolsa de arrendamento" do município, que passaria a funcionar como um poderoso instrumento de dinamização e controlo do mercado de arrendamento da cidade.
São ideias que necessitam de ser debatidas, sustentadas tecnicamente, estudadas juridicamente... A apresentação da nossa proposta de fusão teria contribuído para acelerar o debate sobre uma questão estratégica, mesmo que não fosse aprovada.
Bernardino Aranda em esquerda.net
12 comentários:
realmente é pena que o Partido Socialista em Lisboa apoiado pelo Vereador José Sá Fernandes tenha empurrado a fusão da Gebalis com a Epul para o longo prazo...
Só que Lisboa não pode esperar, porque como dizia Keynes que (em parte) devia voltar a ser recuperado " No longo prazo estaremos todos mortos".
Ou seja:
Naturalmente o Bloco de esquerda esperava uma atitude mais ambiciosa e eficaz por parte do executivo actual da Cãmara e do seu veriador nesta matéria realmente urgente. Até porque o acordo que ambos corroboraram assim o pedia.
Se ao menos o Bloco de Esquerda em Lisboa tivesse a força de 2 vereadores eleitos em vez de apenas um, talvez a coisa tivesse corrido de outra forma com os Socialistas no que toca à fusão da Gebalis esse elefante branco, com a EPUL.
Assim, mudou-se alguma coisa para já; Mas ficou (quase) tudo na mesma.
António Lg
"José Sá Fernandes decidiu não levar a reunião de câmara essa proposta, apesar de conhecer (e ter concordado com) a posição do BE: apresentar a nossa proposta, caso a do PS não contivesse a nossa perspectiva sobre o assunto."
Então o vereador compromete-se a apresentar a proposta e depois balda-se?
De certeza que foi assim Bernardino Aranda?
Se foi assim está muito mal! Ainda o mano dele vem hoje dizer no Público que o Bloco "mostra o pior da política". É preciso ter muita lata!
"O documento dos "Eixos Programáticos", apresentado nas intercalares do ano passado, dava mesmo a essa proposta um carácter de urgência, ao definir um prazo concreto para a sua implementação - "até ao final de 2008"."
Ha aqui qualquer coisa que não bate certo Bernardino... Então era "urgente" e ao mesmo tempo podia-se esperar até ao final de 2008? (ano e meio, ou 70% do mandato)
O que eu sei Bernardino é que no ACORDO assinado com o PS falava lá em final de.... 2007. (sete)
Bom
Esperemos todos então, que os outros pontos do acordo corram bem.
Antonio Lg
Caro camarada António Lage:
Já ontem te respondi por mail à questão semelhante que me colocaste por mail. Porque é agora isto?
O Acordo assinado com o PS fala até o final do ano em "reavaliação das Sociedades de Reabilitação Urbana, da GEBALIS e da EMEL, procedendo às adequadas operações de integração, fusão ou extinção." e o nosso programa, que ao contrário do acordo propõe claramente a integração da GEBALIS com a EPUL, diz que deve ser concretizada até ao final de 2008.
No meu artigo falo do nosso documento e não no documento feito em conjunto com os xuxialistas porque esse é tão genérico que dá para tudo...
De qualquer forma, como te disse, o facto de apontarmos a fusão para este ano não quer dizer que as coisas não estivessem atrasadas desde há muito.
Obviamente, quem conhece estas questões sabe que uma operação como a fusão de 2 empresas que hoje em dia se dedicam a áreas tão diferentes, exigiria algum trabalho previo e antes ainda exigiria que o BE e o PS se sentassem à mesa para ver o que faziam com a questão do acordo (repara que o Acordo não prevê a fusão da GEBALIS e EPUL, mas também não exclui. Teoricamente havia aqui margem de manobra para um entendimento... )
De qualquer forma obrigado pelo comentário ao artigo
E agora Bernardino, falta um ano, ao PS não interessa nenhuma mudança, a Gebalis movimenta muito dinheiro e muitos votos.
O Bloco e o Sá Fernandes empenharam a sua palavra nesta mudança.
Para mim só resta apresentar uma proposta á Camara, com as nossas ideias, e ela ir a votos, caso seja derrotada, tirar-mos as necessarias consequências.
Em lugar das tricas que não levam a lado nenhum, entre o Sá Fernandes e o Bloco, é o PS que devemos obrigar rapidamente a definir-se.
E quem não cumpre acordos assinados, não deve merecer qualquer tipo de confiança.
E aí teriamos mais que motivos, para publicamente denunciar-mos a forma como o PS tratou o Bloco, num acordo assinado, e que da parte do Bloco teve sempre posições claras.
Augusto Pacheco
O que o Aranda podia explicar-nos é a razão que no seu profundo entendimento tem levado o PS a a fugir à tal comissão conjunta que poderia levar a um entendimento entre o PS e o BE sobre as empresas municipais. E o vereador do BE já tomou posição sobre isso ou vai continuar a desculpar-se com as contas da Gebalis?
"No meu artigo falo do nosso documento e não no documento feito em conjunto com os xuxialistas"
Pois,
Eu não faço parte do Lisboa é gente e sei de colegas meus de partido que até e sempre foram anti..... onde eu quero chegar com isto?
Facil,
Muitas pessoas do bloco esquerda ou não, ao aceder ao site do ESQUERDA.NET associam a tua expressão "nosso" ao Bloco de esquerda e não ao "Lisboa é gente"
mas já agora aproveito para te felicitar na creatividade abstrata que (na minha opinião) empregas no texto ... é que dá para todas as interpretações , tal como num bom quadro de Kandinsky.
Muito bom
Antonio Lg
Agora os elementos da Comissão Concelhia do Bloco Aranda e Lage andam a trocar piropos nos comentários do blog??!! Isto está cada vez melhor.
e é só a CML, imagine-se se o bloco e o PS estivesse juntos no governo.A carta escrita por Sá Fernades, irmão,no ublico não vos oferece nenhum comentario? não significa nada.Que é que se passa? É tabu?
Irmão?! Nós nem sabíamos que o Zé tinha um irmão!
Comentam-se artigos da silly season? Acho bem que não se rebaixem a esse nível.
Afinal, há alguém que explique como é que o José Egipto que diziam estar ilegal na Administração da EPUL, ainda lá está! E pelos vistos vai continuar a estar! Aquela empresa, pelos vistos pode ser gerida por qualquer pessoa que tenha o 9º ano...(vidé curriculum na SRU Oriental), não tem que ter experiência no cargo, tem é que ter bons padrinhos!!!
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