quinta-feira, 31 de julho de 2008

DEMOLIÇÃO DO BAIRRO DA LIBERDADE: E O REALOJAMENTO?

Segundo apurou o Jornal de Notícias, a autarquia lisboeta soliciou ontem à EPAL o corte de água no Bairro da Liberdade, com fim a promover a sua demolição ainda esta semana.

Esta decisão torna-se tanto mais bizarra por não só não ter em conta as cerca de 200 famílias que habitam aquele zona de Campolide, como pelo facto do Plano de Reabilitação do Alto da Serafina e Bairro da Liberdade carecer de parecer da CCDR_LVT, documento que se aguarda desde 2006 e sem o qual a reabilitação não pode avançar.

A situação assume contornos deveras preocupantes já que os funcionários da EPAL desconheciam que em tal Bairro moram cerca de 500 pessoas, como os moradores nem sequer foram notificados da decisão municipal de demolição das suas habitações no presente mês ou tenha sido encontrada uma solução de realojamento, situação que se arrasta há mais de três anos.

Recorde-se que o Bairro da Liberdade é a área de intervenção de maior impacto no Plano de Reabilização, uma vez que, no início do século XXI, acompanhando o processo de industrialização da cidade de Lisboa, em que o Vale de Alcântara foi um dos importantes pólos, e o fluxo popoulacional dos anos sessenta, foram construídas habitações de modo expontâneo, irregular e de má qualidade, fundado em encostas algo instáveis.

Esta actuação por parte da edilidade lisboeta suscita inúmeras dúvidas e revela uma prepotência e ausência de respeito profundo para com os cidadãos que se viram, de um dia para o outro, em perigo de ficarem sem água e no dia seguinte desalojados.

Aguardemos pelos esclarecimentos dos Vereadores responsáveis... já que até ao fecho da edição de ontem, não foi possíve ao diário JN recolher qualquer depoimento por parte da autarquia.

A notícia completa pode ser lida na edição online do Jornal de Notícias.

[AS]

7 comentários:

Anónimo disse...

Não basta ganhar a vereação das Camaras é preciso controlar os serviços.

Quem deu esta ordem deveria ser imediatamente sujeito a UM PROCESSO, esta é a forma que eu entendo que deve trabalhar uma Camara que tem responsabilidades do Bloco de Esquerda.

Não exigir responsabilidades, é permitir que o PSD e o PCP de Campolide façam campanha bota a baixo sobretudo contra o Bloco, e olhem que eles não perdem uma oportunidade.

Anónimo disse...

O vereador eleito pelo Bloco tem a obrigação de pedir responsabilidades por esta situação inadmissível! Enquanto se inauguram quiosques todos lindinhos as pessoas mais pobres deste município são tratadas desta forma desumana.

Anónimo disse...

Mas pessoas mais pobres são mal tratadas, porque as casas que deveriam ter sido demolidas, foram de novo alugadas e está a haver grande especulação, que tem de ser combatida.

É PURA DEMAGOGIA, misturar os melhoramentos que se vão fazendo na cidade, com atitudes de certos serviços da Camara.

Quem utiliza este tipo de argumentos não é certamente um cidadão responsavel.

Mas mais uma vez, tentam bater no ceguinho, e acertam no alvo errado.

Quem mandou cortar a água, quis combater a especulação latente com rendas a 250 euros de casas que quase nem telhado têm

E que quem as alugou está a utilizar o velho esquema de exigir depois uma casa nova.

Combater este tipo de atitude oportunistas tambem faz parte de uma esquerda responsavel.

Ao menos informem-se do que se está a passar no Bairro da Liberdade.

A parte em que têm razão os moradores ,deve ser defendida.

E a parte que em que é puro oportunismo, deve ser combatida.

Anónimo disse...

Pois sim, agora há quinhentos oportunistas no bairo da liberdade e a câmara que deixou aquilo ao abandono agora resolve o problema com o corte de água. Isso é terrorismo. Quando a esquerda começa com esses argumentos de muita responsabilidade para justificar medidas anti-sociais até me arrepio. Fica com a tua responsabilidade que eu não deixarei de me preocupar com esses pobres e oportunistas.

Anónimo disse...

Se uma familia foi realojada, a respectiva casa foi para demolição, o senhorio não a demoliu, e tornou a aluga-la, aproveitando-se da miseria e das necessidades , o que deve a esquerda fazer.

Existe carência enorme de habitação em Lisboa, a EPUL e a Gebalis juntas numa só empresa, poderiam ter um projecto de combate a essa falta de habitação, a preços competitivos, sem criar guetos, isso sim, seria uma politica de esquerda responsavel.

Irresponsavel é apoiar todas as acções oportunistas, só com o famoso argumento dos coitadinhos, noutro tempo fazia-se uma diferença entre operarios e LUPEM, hoje mistura-se tudo.

Noutro tempo defendia-se não se dar o peixe ao pobre, e sim ensiná-lo a pescar, hoje defende-se que para quê ter trabalho,o mais rapido é dar-lhe o peixe, matar-lhe a fome, e os problemas de fundo noutro dia se pensa nisso.

O corte de áqua, é um problema demasiado complicado para se ficar pela rama, e pelas belas frases que se pretendem de esquerda, mas são na pratica são mero oportunismo, de quem não quer ter trabalho, a encontrar soluções para os problemas.

Há moradores do Bairro da Liberdade que pagam água , ainda não foram realojados, vivem há decadas no Bairro, recusam-se a sair porque não acreditam nos motivos, que os querem obrigar a abandonar a seu bairro,

Estes são uma pequena minoria, que ficou.

A esmagadora maioria é nova no bairro, não paga água, têm casas que legalmente nem sequer podiam ser habitadas, foram ocupadas após o realojamento em novas casas dos anteriores inquilinos, as condições de segurança de muitas são uma verdadeiro perigo para as suas vidas, mas no entanto fazem finca pé em ficarem, e se houver uma desgraça? o que dirá este nosso comentador, assumirá pelo menos por escrito que desconhecia a gravidade da situação?

Pois é , e de boas intenções está o inferno cheio, e de muitos oportunista que viram na ocupação de uma casa vaga no Bairro da Liberdade, uma forma expedita de exigir á Camara de Lisboa uma casa nova, e parece que há quem queira pactuar , com este tipo de situações.

Para mim a esquerda tem de ter uma politica clara para a habitação social, não criar guetos, não fomentar oportunismo, apesar de eles darem muitos votos na altura das eleições, o Carmona Rodrigues que o diga.....e acima de tudo se queremos cidadãos com direitos, tambem temos de exigir cidadãos com deveres.

O resto apesar das aparencias tem muito pouco de esquerda.....

Anónimo disse...

Discurso inacreditável e burocrático o do anónimo anterior. Que se corte a água, ponha-se essa malta toda a dormir debaixo do aqueduto e coloque-se lá uma placa a dizer "OPORTUNISTAS". As pessoas, porque serão oportunistas, que se lixem. Mas é este o resultado do trabalho de aprofundamento do problema? A esquerda desse anónimo lava as mãos e fica com a consciência que fez tudo o que tinha a fazer. O problema económico,social e habitacional que lhe está associado não interessa nada. O que interessa é safar a face da instituição. É essa a posição do Bloco? Devemos ser de esquerdas diferentes de certeza... Depois admirem-se que a Roseta pegue no assunto e o trate como deve ser.

Anónimo disse...

E quando é que o Bloco se pronuncia sobre este caso? Estamos à espera, não é?