Andam a bater à porta errada
A imprensa tem vindo a lume com notícias sobre potenciais entendimentos entre o PS e o BE para a Câmara de Lisboa.
Hoje, o Diário Económico já avança com a notícia de divergências entre o Sá Fernandes e o Bloco. O primeiro quereria um pelouro à força toda e o Bloco estaria a opôr-se, desde já.
Seja lá quem for que esteja a insuflar a mexeriquice (o Expresso diz ser uma fonte dos socialistas), está a bater à porta errada. E assim começamos muito mal!
Não acredito que o Sá Fernandes se deixe ir por lugares, nem que o Bloco se deixe empurrar por notícias.
Afinal, qual é o programa do António Costa para Lisboa? Deixa construir na frente ribeirinha ou não? Vai aplicar o Plano Verde do Ribeiro Telles, mesmo que tenha de enfrentar interesses instalados, ou não? Inclui no PDM a norma de que todas as novas urbanizações ou processos de reabilitação terão de dedicar 20% dos fogos para custos controlados, ou não? Dá um forte sinal contra a corrupção e põe a nu as negociatas da Bragaparques (mesmo as do tempo da coligação PS/PC), ou não?
Isso é que importa saber quanto antes e parece que ainda não se sabe porque o PS também não sabe como jogar com essa bola. É a única conclusão que consigo tirar do clima de intriguisse que alguém está interessado em fomentar.
[P]
5 comentários:
Sá Fernandes e o Bloco , já estão habituados a estas noticias de encomenda, mas tambem devem sempre que possivel ,e rapidamente , dar-lhes uma resposta.
O PCP já faz disto cavalo de batalha o José Carlos Mendes, membro do PCP e que escreve em vários blogues, Casrmo e Trindade, Lisboa Lisboa, etc etc já está a cumprir as directivas da Soeiro, e obedientemente explora o caso á sua maneira.
Mas alguém se surpreende com o oportunismo do Sá Fernandes? Então ele andou a oferecer-se ao PS durante toda a campanha... Ele só quer um pelouro... É um vaidoso.
O Bloco que se cuide. É que está em decadência. Para já em Lisboa, conseguiu obter um pior resultado depois do estardalhaço do Sá Fernandes. Arrisca-se a acabar. É que a demagogia não dura sempre e o Sá Fernandes é só um vendedor de banha da cobra. Agora é o salve-se quem puder. Ou aproveita agora um pelouro ou qualquer dia nem é eleito.
Parece-me claro que, de duas uma:
a) António Costa não aceita uma coligação com o Bloco porque os interesses no urbanismo não o permitem; resta-lhe tentar passar as culpas para o BE e namoriscar a Roseta durante uns tempos a ver se a gente se esquece disto;
b) António Costa oferece um acordo - e um lugar de responsabilidade na vereação - ao Bloco e a seguir "testa" se o Sá Fernandes está a falar a sério, impondo um qualquer projecto inaceitável. Não será a revisão do PDM (nem a inclusão do Plano Verde nem a habitação) porque isso demorará tempo. E também não será de imediato: antes há que fazer o brilharete de pagar a quem deve, e se o fizer ainda bem que o faz, desde que não trespasse a privados o que a Lisboa pertence. Neste cenário, só em 2008 haverá confronto.
Quer num caso quer no outro o que há a fazer é muito simples, e é o que já tem sido feito: dar a conhecer a todos o que se passa na Câmara.
Que isso resulta prova-o o simples facto de TODOS os candidatos (menos o patusco Câmara Pereira) terem discutido... os temas que o José Sá Fernandes lançou.
Ou passou pela cabeça de alguém, desta vez, que adiantava alguma coisa atirar-se ao Tejo? :)
O Zé faz falta, e o Bloco está de parabéns.
Tambem para aqui a Soeiro Pereira Gomes envia os seus comentadores.
Preocupem-se é com, o Ruben e as alianças do PCP com o PSD nas juntas de Lisboa, e a cobertura que deram ao Carmona....
Não percebi (não conheço suficientemente os meandros da pequena intriga "política") se o putativo comentador da SPG seria eu ou o anónimo anterior... Do Soeiro gostei dos "Esteiros", que li em garoto. E de resto nada.
As alianças do PCP com o PSD são, se existirem - o que ignoro, mas não me custa admitir, sabendo do que as casas gastam - assunto para 2009 e não para estes dias de expectativa de uns e de férias dos outros.
Aí, em 2009 - e para além do crescimento natural que o BE terá, espero, até lá em termos gerais - relevante será não esquecer que o voto PC é um voto conservador, e não um voto de contestação. Só eles imaginam que fazem sombra seja a quem for. Feliz ou infelizmente, transformaram-se em Lisboa numa espécie de Carmona "de esquerda": muita parra e uva nenhuma.
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