Uma espécie de alegações finais
Sou dos que fiquei extremamente feliz com a queda da Câmara.
Sempre disse que era impossível o próximo executivo ser pior do que o que lá estava.
Fui a boa parte das reuniões de Câmara apoiar o Vereador José Sá Fernandes e foi sempre bem claro que aquele executivo era composto maioritariamente por pessoas sem competências políticas, técnicas ou de gestão e sem nenhum sentido do que é o serviço público, do que são dinheiros públicos… Numa empresa privada, dir-se-ia que eram quadros “que não vestiam a camisola da companhia”. Numa Câmara Municipal, aquela situação roçava os limites do criminoso.
Sempre disse que era impossível o próximo executivo ser pior, mas os acontecimentos da última semana deixaram-me um pouco apreensivo.
Segundo as sondagens, a lista de Carmona Rodrigues, pode vir a eleger 3 Vereadores. Nada mais nada menos do que Carmona, o tenebroso Pedro Fiest e Gabriela Seara, a ex-Vereadora do Urbanismo, arguida no caso Bragaparques.
Ao mesmo tempo, António Costa - à frente nas sondagens, e cujo o seu nº2, está amplamente ligado a boa parte dos mais importantes negócios urbanísticos que se fizeram na cidade nos últimos anos – António Costa, dá a entender que poderá fazer uma aliança pós-eleitoral com Carmona Rodrigues e a sua trupe.
A razão, parece óbvia: Carmona terá 3 Vereadores e não é muito exigente no que diz respeito a compromissos programáticos. José Sá Fernandes terá menos e já fez algumas exigências como por exemplo a concretização do Plano Verde, o investimento nos transportes públicos, ou a intervenção directa da Câmara no mercado de arrendamento.
O problema é que não é possível uma câmara ser bem gerida com Pedro Fiest, Carmona e Gabriela Seara.
Pode não ser o desastre completo que foram estes últimos 6 anos, mas esta aliança não poderá trazer nada de bom.
Só há uma forma de evitar o pior:
1- Por um lado a criação de um forte movimento de indignação com a possibilidade de Carmona Rodrigues vir a assumir alguma responsabilidade executiva na próxima Câmara. Um movimento que não se esgote no dia da tomada de posse, mas antes, pelo contrário, que vá ganhando força até ninguém ter coragem de passar pela vergonha de propor tal infâmia.
2- Por outro lado, é necessário que o resultado das eleições crie uma correlação de forças dentro da Câmara favorável à mudança. Neste sentido, é fundamental a candidatura «Lisboa é Gente», ver reforçada a sua votação no próximo Domingo.
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