quinta-feira, 19 de março de 2009

AUTARQUIA QUER "BIG BROTHER" NAS RUAS DE LISBOA

A propósito da intenção do executivo liderado por António Costa em instalar câmaras de videovigilância na Baixa e no Bairro Alto, vale a pena recordar as posições assumidas em campanha eleitoral.

Em 2005, o candidato do Partido Socialista, Manuel Maria Carrilho, apresentou a videovigilância como uma das medidas que aplicaria em "áreas críticas" da capital, apontando como exemplos o Bairro Alto, Ameixoeira e Intendente.

Nessa altura, o candidato pelo Bloco de Esquerda não teve dúvidas em classificar tal intenção como «demasiado securitária». «Não me parece uma ideia muito feliz», declarou ao Diário de Notícias, defendendo que não será com videovigilância que se resolverão as questões de segurança na capital, muito menos nos bairros citados . José Sá Fernandes salientou ainda que «a prioridade tem que ir para a resolução dos problemas sociais e urbanísticos». Relativamente à hipótese do Bairro Alto, o candidato pelo BE foi peremptório: «Pelo amor de Deus. É um sítio de diversão...»

O PCP sempre se manifestou contra: «Não sou indiferente às questões da segurança, mas medidas de videovigilância despertam-me todas as reservas», afirmou Ruben de Carvalho em 2005. Ontem, Rita Magrinho relembrou que o sistema de videoviglância é «um instrumento bastante perigoso».

Já Fernando Negrão, do PSD, sempre admitiu o recurso à videovigilância como medida para melhorar a segurança na cidade, tendo-o mesmo defendido na campanha de 2007.

O executivo parece estar obcecado com as designadas questões de segurança, transformando qualquer episódio num "caso de polícia" e apresentando medidas securitárias, de profunda repressão das liberdades individuais, aos problemas que surgem. Tem sido assim com as questões de habitação, e é agora também a resposta à desertificação da Baixa da cidade. As prioridades de António Costa não passam pela reabilitação da cidade, por uma política de rejuvenescimento populacional ou de resposta às necessidades d@s lisboetas.

António Costa manifesta, uma vez mais, uma extrema incapacidade em despir o papel de Ministro da Administração Interna e assumir o de Presidente da Câmara. É evidente a ausência de estratégia política para a cidade.

1 comentário:

Anónimo disse...

Uma pergunta descomprometida: a Senhora Doutora Rita Marinho já entrou na Soeiro Pereira Gomes?

E o Drº Rubem. claro?

Que tipo de segurança pretendem? A da metralhadora?

Sejam claros e não se alimentem de permanente demagogia, especialmente quando estão cehios de telhados de vidro.