sexta-feira, 13 de março de 2009

QUATRO FAMÍLIAS DESPEJADAS PELA POLÍCIA MUNICIPAL


Ontem de manhã, a Polícia Municipal deslocou-se ao Bairro da Quinta do Cabrinha para desalojar quatro famílias que tinham ocupado ilegalmente casas vazias no início de Março.

A GEBALIS afirma que os apartamentos encontram-se destinados a outras famílias seleccionadas pela empresa municipal que gere a habitação social, pese embora aqueles estarem desabitados há dois anos.

As quatro famílias são constituídas por mães solteiras ou jovens casais com filhos bebés, que admitem terem tomado posse abusiva das casas devido às condições das habitações dos familiares, já sobrelotadas, e ao facto da GEBALIS não dar resposta aos pedidos de desdobramento solicitados há vários anos.

A edição de hoje do Jornal de Notícias conta as histórias de Tatiana Nunes - aguarda resposta da GEBALIS há oito anos; de Andreia Pereira - com dois filhos dorme há vários anos no corredor em casa dos avós; e de Sara e Luís Fernandes, pais de um menino de três anos.

Esmeralda Correia, avó de Andreia Pereira, explica que «a revolta dos moradores» deve-se ao facto de haver casas vazias no bairro que «estão a ser ocupadas» e atribuídas «a pessoas que vêm de longe».

Em resposta, a GEBALIS promete apresentar queixa contra os moradores que, na sequência das desocupações coercivas, "invadiram" o gabinete de bairro do Vale de Alcântara, porém não apresenta qualquer justificação para a situação inaceitável dos moradores despejados, apresentando-se como empresa de mera cobrança de rendas e promoção de despejos com recurso aos meios policiais, ao invés de desenvolver uma verdadeira política de habitação social de encontro às necessidades das pessoas.

Tanta gente sem casa e tanta casa sem gente.

Sem comentários: