Um apoio de peso
José Luis Peixoto, o autor de Cemitério de Pianos, também diz «Lisboa é gente».
A Direcção do Sporting Clube e Portugal, exigiu ontem a retirada do Outdoor de José Sá Fernandes, dos terrenos, alegadamente seus, próximos do seu estádio.
Em todas as eleições dos últimos anos, foi montada ali uma estrutura com propaganda política e só agora, a Direcção do Sporting, se queixa desta "ocupação"...
Tem isto a ver com a recente polémica do "loteamento dos terrenos do Sporting".
Naturalmente, que José Sá Fernandes respeitará a indicação da Direcção do Sporting, mas nós, aqui na candidatura, sentimo-nos um pouco injustiçados, sobretudo os que são Sportinguistas...
Vamos lá ver então:
1. Existe um PDM que prevê que se reserve determinada área de espaços verdes sempre que se faz construção. Esta regra é fundamental para termos uma cidade com um mínimo de ordenamento, de qualidade de vida, de equilíbrio...
2. A CML, que durante a gestão de Santana/Carmona teve um historial impressionante de cedência a interesses privados, nomeadamente do futebol (nomeadamente do Benfica, como foi já denunciado por Sá Fernandes) em prejuízo da cidade e de todos nós, decidiu que deveria prescindir desses espaços verdes.
3. Decidiu? Não... A proposta tem de ir primeiro a reunião de Câmara... E José Sá Fernandes, que parece ser o único vereador a passar os processos de loteamento "a pente fino", chamou a atenção para o facto de a Câmara estar a prescindir dos espaços verdes.
4. Instalada a confusão na reunião, Carmona, retirou a proposta para ir negociar e ver com o SCP a questão da cedência dos espaços verdes, que área é que iria então ser...
5. A Câmara entretanto cai e vamos para a última reunião antes da dissolução formal.
6. Carmona volta exactamente com a mesma proposta. A oposição diz que se a proposta está igual, dada até a situação política da Câmara, a proposta deve ser retirada. A oposição toda.
Claro que se pode dizer: Mas José Sá Fernandes era o único que estaria convictamente contra a não cedência de espaços verdes. Os outros só queriam ir para as eleições sem essa "pedra no sapato."
Eu não acredito nisso. Há cada vez mais a consciência que a nossa cidade está muito betonizada, que o caminho do desenvolvimento de Lisboa passa por uma Lisboa mais verde, onde as pessoas se sintam bem em viver.
Mas, discussões destas à parte, a verdade é que houve uma maioria de Vereadores na Câmara que quis adiar a aprovação do loteamento. Como é óbvio, não é um vereador em 17 que vai sozinho travar uma proposta do Presidente!
Porquê então esta campanha contra Sá Fernandes?
Sairam os primeiros outdoors da campanha.
Todos dizem "O Zé faz falta" e vem assinados por personalidades que apoiam a candidatura do Zé Sá Fernandes à Câmara Municipal de Lisboa:
Clara Ferreira Alves
Candidatos às eleições intercalares... já lá vão 12!
[BA]
(Nota de dia 23: Têm-me pedido esclarecimentos sobre este assunto. Se não está claro, vou dar aqui as respostas às perguntas mais frequentes. Transparência, transparência: a) A oposição tem uma regra para o nº de assessores, a maioiria não tem. É por isso que o PSD tem a esmagadora maioria dos assessores políticos na Câmara e a totalidade das Empresas Municipais.
b) Esses assessores, ou são requisitados ao quadro da Câmara ou são prestadores de serviços (recibos verdes). Os do Sá Fernandes eram todos a recibos verdes. É isto que está na base dos "equívocos" do Correio da Manha: Se só contar com os prestadores de serviços, as contas, óbviamente, saiem enviesadas. Volto a insistir: Como o CDS e o BE só têm um Vereador cada, estes Gabinetes são os mais pequenos. Em relação ao volume salarial não sei como está o do CDS. É o problema de não haver salários pré-definidos nem estrem na página da CML todos esses números. Mas pelo que tenho ouvido, os assessores de Sá Fernandes estão muito longe de serem os que ganham mais.
c) Os salários variam muito, até porque os requisitados não podem receber menos do que recebiam na Câmara ou na Empresa Municipal de origem. Por outro lado existem assessores a "meio-tempo" que recebem só metade.
d) Parece-me óbvio que num municipio tão grande como Lisboa, todos os vereadores devem ter a possibilidade de constituir um gabinete de apoio da sua confiança, que conheçam o seu programa etc. Só assim um Vereador pode receber os dossiers na Sexta-feira de manhã e estar preparado para na 4ª feira de manhã votar os assuntos. Não esqueçamos que a Câmara é um orgão executivo e que as ordens de trabalhos num municipio como Lisboa são muito extensas. Na minha opinião a regra deveria ser mudada restringindo o nº de assessores e estabelecendo um salário máximo. Acho natural que Sá Fernandes, há 2 anos atrás, acabadinho de chegar à Câmara, quando lhe disseram "A regra é esta, isto funciona assim" tenha feito como fizeram e como têm feito todas as forças políticas até agora: tenha constituido o seu gabinete
e) O Gabinete do Sá Fernandes, não só fez o trabalho de análise de propostas mas fez mais propostas num ano do que qualquer força política tinha feito em 4 anos de oposição. Para além disso atendeu centenas de munícipes encaminhando os seus problemas no labirinto da Câmara e finalmente estudou inúmeras matérias que, como sabem, algumas delas deram em escandalosas revelações de indícios de corrupção, tráfico de influências e gestão danosa. Por ex: Os prémios da EPUL e das empresas participadas da EPUL, aos administradores estavam no relatórios de contas de 2004 e 2005. Mas, pelos vistos, nunca ninguém tinha lido os relatórios de contas de fio a pavio... Ah pois é!... )
Rosa do Egipto – O Socialista que preside à Junta dos Olivais - não resistiu, há um mês, à tentação de se tornar Administrador da EPUL.
A prudência aconselhava a ter mais cuidado: O executivo já estava fortemente descredibilizado, apesar de somente Sá Fernandes exigir naquela altura a demissão de Carmona. A EPUL mais descrdibilizada estava: administrada pelo 11º da lista de Carmona, à deriva, tem um passivo gigantesco e em acelerado crescimento e tem todo o plano de obras e recebimentos ultra-atrasados.
Ainda assim, Rosa do Egipto, provavelmente cansado de ser Presidente de Junta, decidiu avançar e fazer o pacto com o mafarrico Carmona.
Num mês tudo lhe aconteceu: A oposição em bloco, votou pela anulação do acto de nomeação. Em seu socorro veio a (ainda) maioria, que disse que ele podia continuar apesar de tudo. Passadas duas semanas Carmona é constituído arguido. Egipto ainda deverá ter pensado que Marina assumiria o Mandato, mas Marques Mendes reconhece o óbvio: A CML tem de ir para eleições. Como se não bastasse, a CCDR veio hoje dizer que o exercício do cargo na EPUL é incompatível com o da Junta de Freguesia.
Se arrependimento pagasse imposto (municipal), talvez o passivo da Câmara não fosse tão alto.[BA]
«Fazer cidade é escolher como olhamos e agimos para reverter relações de poder, para dar voz aos excluídos, para mudar a vida dos mais carenciados.»