segunda-feira, 4 de agosto de 2008

AVANÇA ESTA SEMANA A DEMOLIÇÃO DO BAIRRO DA LIBERDADE

De acordo com a edição online do Jornal de Notícias de hoje, a Câmara Municipal de Lisboa vai avançar esta semana com a demolição das casas devolutas no Bairro da Liberdade, não tendo sido apresentada, porém, qualquer solução para as 200 famílias que há três anos aguardam realojamento camarário.

Recorde-se que este processo remonta ao mandato de Santana Lopes, quando a então Vereadora da Habitação, Helena Lopes da Costa, determinou o arrasamento das casas ilegais devido ao risco de derrocada do talude junto do Aqueduto das Águas Livres. Este perigo já tinha sido detectado anos antes, através de um relatório do LNEC, cujos resultados mereceram a inércia do Município. Numa acção mediática sem precedentes, as famílias foram notificados do despejo somente através de papéis colados nas suas portas durante um dia de trabalho. Porém, devido a questões de ordem orçamental, a acção nunca chegou a ser levada a cabo, tendo apenas algumas famílias sido realojadas, de modo aleatório, sem o cuidado das redes comunitárias desenvolvidas. Recordo-me de um cidadão portador de deficiência mental, maior de idade, colocado numa zona oposta à da sua família, sem qualquer estrutura de apoio, colocado numa situação onde perigavam as suas próprias condições de vida.

Os trabalhos de demolição iniciam-se apenas nos edifícios desocupados há três anos, entre a Rua da Samaritana e a Travessa da Capela.

Mas o silêncio a que o Executivo da CML tem votado este assunto assume proporções de gravidade extrema... sem emitir qualquer declaração sobre esta matéria, a edilidade não só permanece sem resolver o realojamento dos 500 moradores do Bairro da Liberdade, como não desenvolve qualquer tipo de contacto com os cidadãos. A ausência de qualquer esclarecimento por parte das Vereações da Habitação e do Urbanismo, e até mesmo do Presidente, causam preocupação e exigem toda a pressão política que uma tal violação de direitos fundamentais impõe.

[AS]

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