quinta-feira, 23 de abril de 2009

VAMOS A ISSO!


A anunciada coligação da Direita em Lisboa é o maior sinal de fraqueza dos dois partidos que a compõem. Nas duas eleições para o mandato e meio que esteve na presidência da Câmara de Lisboa, o PSD nunca sentiu necessidade de se apresentar ao eleitorado em conjunto com o CDS-PP, nem precisou desses votos para obter maioria. Porém, desta vez, a junção dos dois partidos tem sido apresentada como o maior factor da possibilidade de êxito. É muito pouco, soa a falso, mas o lastro que Santana Lopes arrasta desde a sua passagem pelos Paços do Concelho não lhe deixa outra alternativa.

De facto, a desastrosa gestão municipal do PSD entre 2001 e 2007 não lhe confere capital político que o impulsione para esta campanha, mas a mera soma de votos do PSD e do CDS-PP nas eleições intercalares também pouco mais dá do que 19%. Manifestamente insuficiente para tanta ambição. A fantasia que alguns pretendem criar é que os quase 17% obtidos pela lista de Carmona Rodrigues se transferirão automaticamente para Santana Lopes e lhe possibilitariam, dessa forma, a vitória. Cada um alimenta-se das ilusões que mais lhe convêm, mas essa contabilidade eleitoral é muito manhosa.

Para além de não ser de todo provável, nem estar inscrito nas estrelas que essa transferência ocorra, Carmona teve realmente 32 mil votos. Com menor abstenção do que a que ocorreu em 2007, aquele número de votos, que se quer apresentar como certo num determinado sentido, teria muito menor peso relativo nas próximas eleições, cerca de 10%. Ou seja, mesmo alimentado sonhos de um mirífico “jackpot”, desengane-se a Direita se pensa que pode antecipar o que quer que seja através de um simples operação de somatório. A análise séria dos resultados não o confirma, mas sobretudo a liberdade e variedade de comportamento dos eleitores é que não o torna verosímil.

O que se torna incontornável, é que a próxima campanha será um duro combate pela confiança dos lisboetas e um confronto em torno das principais ideias para a cidade. À Direita não chegará sentar-se no aparente descanso de uma coligação. À Esquerda será um erro ficar-se pela cinzenta campanha “contra o perigo da Direita”, que acabou por determinar a derrota de João Soares, em 2001.

Lisboa precisa de projectos para a cidade do futuro e está farta de quem se acha dono dos votos dos eleitores. Agora que fica clarificado o quadro em que ocorrerá esse debate, com o anúncio dos vários cabeças-de-lista, vamos a isso!

Pedro Soares

8 comentários:

Anónimo disse...

A coligação de direita conta com uma ENORME ajuda:
BE + PCP + não sei quantos.

Todos juntos por uma única razão: tudo fazer para quse PSL seja Presidente da CML.

Conta-se que a população possa entender as manobras de muita desta gente, de discursos "interessantes" e de prática "nenhuma".

Anónimo disse...

A maior ajuda à coligação da direita só poderá vir do próprio PS, com a m... de políticas que tem tido para o país e para Lisboa.

Anónimo disse...

Coligação da direita? Quem é que garante que o Carmona não apresenta uma candidatura? Parece que está virado para esse lado.

Anónimo disse...

Só com os votos do PSD e do PP, Santana não ganha em Lisboa. Só acontecerá isso se o PS perder votos para a direita e se não conseguir ir buscar alguns dos votos que foram do Carmona. Isto se o Carmona não se recandidatar. Também estou de acordo que o mais natural é recandidatar-se. Se o Costa não ganhar será apenas por demérito próprio. Tem sido um presidente muito abaixo do que era esperado dele.

Anónimo disse...

Ou eu sonhei ou Carmona ja disse à uns tempos que não se recandidatava


Quanto a António Costa se perder é por culpa própria, além de más politicas (PDM por ex), ainda à un mês e pouco disse para o País inteiro que o Bloco de Esquerda era um partido parasita..

Haja paciencia..



António

Anónimo disse...

As politicas de merda de antónio costa para Lisboa são o PDM?

Anónimo disse...

E que tipo de partido é o BE?
Expliquem para eu perceber. Vejam a vergonha em Lisboa. O Zé era bom quando era contra tudo; quando é positivo e trabalha em defesa das suas ideias é escorraçado.
Ainda não perceberam que o BE é uma feira de vaidades e que os seus dois princnipais dirigentes não passam duns pedantes, a viverem á custa deste triste orçamento que tanto condenam?

Anónimo disse...

Aqui está um comentario inteligente e consistente politicamente, Louçã é professor universitario, prestigiado, quando deixar a politica regressará á Universidade.

Fazenda é professor, lugar que voltará a ocupar se deixar de exercer funções publicas.

Ambos têm profissões, e nenhum precisa da politica para viver.

Mas o que é que isso interessa ....

Sá Fernandes que eu respeito e em quem votei, neste segundo mandato, independente do trabalho positivo que reconheço está a fazer, esqueceu-se que se apresentou ao eleitorado com um programa , e que um politico independente ou não , é credivel, quando estando no poder não esquece os seus compromissos.

Infelizmente Sá Fernandes acabou por alinhar com Antonio Costa e votar propostas ( casos de Alcantara EPUL Gebalis)em tudo contrarias aos seus compromissos.

O Bloco tinha duas hipoteses, continuar apoiá-lo esquecendo os seus compromissos com o eleitorado , ou como fez retirar-lhe a confiança politica.

Sá Fernandes continua com todo o direito a ser vereador,nalguns aspectos tem feito bom trabalho, mas tendo esquecido parte dos seus compromissos eleitorais perdeu parte do crédito que tinha.